ONU diz que Irão executou 901 condenados em 2024

Pelo menos 901 pessoas foram executadas no Irão no ano passado, incluindo 40 numa única semana no mês de dezembro, disse hoje o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk.

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Lusa
07/01/2025 10:38 ‧ ontem por Lusa

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Irão

muito preocupante constatar que o número de pessoas sujeitas à pena de morte no Irão aumenta de ano para ano", declarou Türk num comunicado.

 

O alto-comissário sublinhou que é altura do Irão "pôr termo a esta vaga de execuções".

De acordo com o alto-comissário, pelo menos 853 pessoas foram executadas no Irão em 2023.

Numa conferência de imprensa, a porta-voz do Alto-Comissariado, Liz Throssell, explicou que os números foram apurados após consultas junto "de várias organizações de direitos humanos" internacionais e iranianas.

De acordo com a mesma declaração, a maioria das execuções em 2024 diz respeito a crimes relacionados com droga sendo que também foram executados dissidentes e pessoas que supostamente participaram nos protestos de ocorridos em 2022 e 2023 contra o regime de Teerão.

O Alto-Comissariado também registou um aumento do número de mulheres executadas.

De acordo com a organização não-governamental Iran Human Rights (IHR), as autoridades iranianas executaram pelo menos 31 mulheres em 2024, um número máximo atingido desde que começaram - em 2008 - a ser contabilizadas as aplicações da pena de morte na República Islâmica.

"Muitas das mulheres executadas por homicídio eram vítimas de violência doméstica ou abuso sexual, agindo em desespero", segundo a IHR.

De acordo com várias organizações de defesa dos direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional, o Irão é o país do mundo que executa o maior número de pessoas.

A lei islâmica aplicada no Irão estipula que um assassínio deve ser "pago" com a perda de outra vida, a menos que a família da vítima perdoe ou aceite um pagamento compensatório.

"Somos contra a pena de morte em todas as circunstâncias", sublinhou Türk.

"É incompatível com o direito fundamental à vida e apresenta o risco inaceitável de execução de pessoas inocentes. A pena de morte é incompatível com o direito fundamental à vida e apresenta um risco inaceitável de execução de pessoas inocentes", disse.

O presidente do Parlamento Europeu instou as autoridades iranianas a suspenderem as execuções e a introduzirem "uma moratória" tendo em vista a abolição da pena capital.

De acordo com a ONU, cerca de 170 Estados aboliram a pena de morte ou estabeleceram uma moratória.

Os ativistas dos direitos humanos acusam as autoridades iranianas de utilizarem a pena capital para incutir o medo na sociedade, especialmente desde 2022.

Throssell afirmou que o Irão executou pelo menos 972 pessoas em 2015, "o número mais elevado das últimas décadas".

Em 2017, na sequência de uma reforma da luta contra a droga, "assistiu-se a uma diminuição significativa", mas desde 2022, o número de execuções aumentou acentuadamente.

[Notícia atualizada às 11h57]

Leia Também: Pelo menos 31 mulheres foram executadas no Irão em 2024

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