Luigi Mangione, acusado do homicídio do CEO da UnitedHealtcare, Brian Thompson, pede desculpa, no manifesto que estava na sua posse quando foi detido, por "quaisquer conflitos ou traumas" que tenha causado, mas não mostrou arrependimento pelo crime cometido. "Francamente, estes parasitas estavam a pedi-las", escreveu.
Uma cópia do manifesto foi divulgada pelo jornalista de investigação norte-americano Ken Klippenstein, que deixa também algumas críticas a alguns jornais dos EUA, que diz estarem na posse do documento, embora não o tenha divulgado na íntegra.
No manifesto, o jovem, de 26 anos, começa por dirigir-se ao FBI, deixando claro que agiu sozinho.
"Para o FBI, vou ser breve, porque respeito o que fazem pelo nosso país. Para vos poupar uma longa investigação, afirmo claramente que não estava a trabalhar com ninguém", refere, explicando ainda que tudo "foi bastante trivial", envolvendo "alguma engenharia social elementar" e "muita paciência".
"A minha tecnologia está bastante bloqueada porque trabalho em engenharia, pelo que provavelmente não há muita informação", ressalvou.
O suspeito refere-se, depois, diretamente ao crime e às suas motivações.
"Peço desculpa por qualquer conflito ou traumas, mas tinha de ser feito. Francamente, estes parasitas estavam a pedi-las", escreveu.
"Um lembrete: os EUA têm o sistema de saúde n.º1 mais caro do mundo, mas estamos em 42.º lugar em termos de esperança de vida. A United é a maior empresa [palavra indecifrável] dos EUA em termos de capitalização bolsista, atrás apenas da Apple, Google e Walmart. Tem crescido e crescido, mas e a nossa esperança de vida? Não, a realidade é que estes [palavra indecifrável] simplesmente se tornaram demasiado poderosos e continuam a abusar do nosso país para obterem lucros imensos, porque o público americano lhes permitiu que se safassem", acrescentou.
Admitindo que "o problema é mais complexo", admite "não ter espaço" nem a "pretensão de ser a pessoa mais qualificada para expor o argumento completo". "No entanto, muitos já iluminaram a corrupção e a ganância (por exemplo: Rosenthal, Moore), há décadas, e os problemas mantêm-se. Nesta altura, não se trata de uma questão de consciencialização, mas sim de jogos de poder em jogo. Evidentemente, sou o primeiro a enfrentá-lo com uma honestidade tão brutal", completou.
O jovem, recorde-se, foi detido enquanto estava a comer num McDonald's em Altoona, na Pensilvânia, depois de um empregado o ter visto e ter alertado a polícia.
A polícia já tinha revelado que na sua posse estavam documentos manuscritos, especificamente este "manifesto de três páginas", que falava da sua "motivação e mentalidade".
Hoje, antes de ser presente a tribunal, Luigi Mangione envolveu-se num confronto com os polícias que o levavam, uma vez que tentava gritar para as câmaras e jornalistas presentes no local: "É completamente injusto e um insulto à inteligência do povo americano e à sua experiência de vida", disse.
Mangione foi acusado e detido sem fiança no estado da Pensilvânia. Enfrenta um processo de extradição para Nova Iorque, que poderá demorar alguns dias, uma vez que o suspeito contestou a decisão.
A UnitedHealthCare fornece serviços de seguro de saúde para mais de 50 milhões de pessoas.
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