Netanyahu já se sentou no banco dos réus: Das imagens aos casos

O chefe de governo de Israel diz que quer "dizer a verdade" e que esperou muitos anos por isso. Com uma guerra 'às costas', Benjamin Netanyahu disse que se conseguia dividir entre o gabinete de guerra e a sala do tribunal, onde voltará a ser ouvido.

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Notícias ao Minuto
10/12/2024 11:50 ‧ há 2 dias por Notícias ao Minuto

Mundo

Benjamin Netanyahu

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, testemunha esta terça-feira no julgamento por corrupção, que já dura há anos.

 

De acordo com a Reuters, o governante israelita entrou sorridente para testemunhar pela primeira vez.

Netanyahu é o primeiro chefe de governo israelita a ser acusado.

"Há oito anos que estou à espera deste momento para dizer a verdade", referiu Netanyahu aos três juízes que estão a julgar o caso, acrescentando: "Mas também sou primeiro-ministro. Estou a conduzir o país numa guerra de sete frentes. E acho que as duas coisas podem ser feitas em paralelo".

Estava previsto que o chefe de governo fosse ouvido em Jerusalém, mas, por razões de segurança, acabou por ser ouvido em Telavive, numa sala subterrânea.

Antes de Netanyahu falar, o seu advogado, Amit Hadad, apontou aquilo que a defesa considera falhas fundamentais na investigação, indicando que os procuradores "não estão a investigar um crime, estão atrás de uma pessoa".

Segundo o tribunal, Netanyahu vai testemunhar três vezes por semana, devido às acusações de que é alvo: abuso de confiança, fraude e de aceitar subornos em três escândalos distintos, nos quais é acusado de tráfico de influências com poderosos dirigentes da área dos média, bem como outros associados.

O primeiro-ministro nega as acusações de que é alvo, e já se declarou inocente. Ao longo do tempo, tem vindo a defender de que as investigações em que está envolvido são "uma caça às bruxas".

Fora do tribunal, de acordo com a Reuters, havia várias pessoas - umas a manifestar-se contra Netanyahu e outras a favor.

Mas de que trata este 'megajulgamento'?

Após ser indiciado em 2019, o julgamento em causa começou em 2020 - e envolve três casos criminais.

Caso 4000

Neste caso existem suspeitas de que Netanyahu concedeu favores regulatórios 'traduzidos' em valores monetários à Bezeq Telecom Israel. Segundo a acusação, Netanyahu terá procurado obter uma cobertura positiva sobre si e sobre a sua esposa num site de notícias pertencentes à empresa.

Caso 1000

Neste âmbito, tanto Netanyahu como a sua esposa terão recebido presentes milionários de Arnon Milchan, um produtor de Hollywood e cidadão israelita e do empresário bilionário australiano James Packer. Em troca, Netanyahu terá ajudado a dupla, separadamente, com os interesses comerciais. Nem o produtor nem o empresário estão acusados de algo.

Caso 2000

O chefe de governo terá negociado um acordo com Arnon Mozes, dono do jornal israelita Yedioth Ahronoth. Netanyahu procuraria melhor cobertura em troca de uma legislação para desacelerar o crescimento de um jornal rival.

"Detesta champanhe" e acha acusações "mentiras totais". Que é dito em tribunal?

O líder israelita respondeu a acusações relativas aos presentes caros do empresário Arnon Milchan, entre 2007 e 2016, a troca de favores relacionados com interesses comerciais e obtenção de vistos, classificando a acusação "duplamente absurda".

"Isso é uma mentira total. Eu trabalho 17 ou 18 horas por dia. Toda a gente que me conhece sabe disso", afirmou.

Relativamente aos presentes luxuosos, como charutos e champanhe, que alegadamente recebeu de Milchan, Netanyahu explicou: "Detesto champanhe, não posso beber". Sobre os charutos, acrescentou: "Por vezes sento-me com um charuto, mas não posso fumá-los todos de uma vez porque o faço entre reuniões".

"Detesto champanhe. Não posso beber". Netanyahu nega crimes em tribunal

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, defendeu hoje que todas as acusações que enfrenta são absurdas, ao prestar declarações num tribunal de Telavive no quadro de três processos em curso contra si.

Lusa | 12:02 - 10/12/2024

O que pode acontecer no futuro?

Primeiro, o futuro pode demorar muito tempo a 'decidir-se'. Isto acontece porque, a não ser que Netanyahu tente encontrar um acordo judicial, os juízes poderão levar muitos meses a decidir sobre o caso, de acordo com a CNN.

A não ser que seja condenado, Netanyahu tem 'luz verde' para continuar no cargo - já que, segundo a lei israelita, não é obrigado a sair. Se for condenado, Netanyahu pode ainda recorrer do processo - e enquanto isso acontecer, não é obrigado a sair do cargo.

As acusações de suborno preveem uma pena de prisão de até 10 anos e/ou multa. Já as acusações de fraude e quebra de confiança são puníveis com até três anos de prisão.

Leia Também: "Se pararmos a guerra agora, o Hamas irá levantar-se e atacar-nos"

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