Do crime à detenção. Os detalhes do caso de CEO morto por aluno de elite

Brian Thompson foi morto a tiro à porta de um hotel em Nova Iorque. Cinco dias depois, as autoridades conseguiram deter o suspeito no estado da Pensilvânia. Eis os detalhes do caso de um CEO morto por um aluno de elite.

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Notícias ao Minuto com Lusa
10/12/2024 08:48 ‧ há 2 dias por Notícias ao Minuto com Lusa

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Brian Thompson, diretor-executivo da seguradora norte-americana United Healthcare, foi assassinado a tiro à porta de um hotel em Manhattan, em Nova Iorque, na passada quarta-feira. O atirador colocou-se em fuga, mas foi intercetado menos de uma semana depois, na segunda-feira, num McDonald’s, no estado da Pensilvânia. Do crime à detenção e acusação, que demorou cinco dias, eis o que se sabe sobre o crime.

 

Thompson, de 50 anos, foi morto a tiro no exterior do hotel Hilton Midtown, quando ia participar na conferência anual de investidores da empresa especializada em seguros de saúde, a maior seguradora privada dos Estados Unidos desde 2021.

O crime ocorreu pelas 6h45 locais (11h45 em Lisboa) da passada quarta-feira. Segundo a comissária da polícia de Nova Iorque, Jessica Tisch, o atirador - agora identificado como Luigi Mangione, de 26 anos - aproximou-se de Thompson e disparou pelo menos uma vez nas costas e outra na perna direita

Após ter começado a disparar, a arma do agressor disparou, mas conseguiu resolver rapidamente o problema e continuou com os disparos. Depois fugiu para um beco perto do hotel e usou uma bicicleta elétrica para se dirigir para o Central Park.

Os profissionais de saúde acorreram ao local para transportar Thompson para o Hospital Mount Sinai West, mas o executivo chegou em estado crítico e foi declarado morto apenas meia hora depois de ter sido atingido.

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Considerando tratar-se de um ataque "premeditado, planeado e dirigido", a polícia anunciou uma recompensa de 10 mil dólares (cerca de 9.400 euros) a quem fornecesse informações que levassem à detenção do suspeito. Já a agência policial federal dos Estados Unidos (FBI) elevou o valor para 50 mil dólares (cerca de 47 mil euros).

Foi também divulgada uma fotografia do suspeito, que o mostrava com uma mochila e um casaco escuro com capuz.

Dois dias após o crime, as autoridades norte-americanas reconheceram que o suspeito já poderia ter saído de Nova Iorque, uma vez que havia imagens que o mostravam a apanhar um táxi para uma zona perto de um terminal rodoviário. 

"Esses autocarros são autocarros interestaduais. É por isso que acreditamos que ele possa ter saído da cidade de Nova Iorque", referiu o chefe da Polícia de Nova Iorque, Joseph Kenny.

No dia seguinte, o presidente da Câmara de Nova Iorque, Eric Adams, afirmou que, após quatro dias de investigação, o "cerco" estava a "apertar-se" em torno do suspeito, acrescentando que os detetives já sabiam o seu o nome e que "foram capazes de recriar os seus passos".

Suspeito foi identificado por funcionário em McDonald's

O caso ganhou novos desenvolvimentos na segunda-feira, quando a imprensa norte-americana revelou, citando fontes da polícia, que um homem foi encontrado na Pensilvânia com uma arma semelhante à usada para matar Brian Thompson.

Após algumas horas, a polícia da Pensilvânia confirmou que se tratava do suspeito do crime. De acordo com Joseph Kenny, o suspeito - Luigi Mangione, de 26 anos - estava "sentado a comer" num McDonald's da Pensilvânia quando um dos funcionários do restaurante chamou a polícia.

Quando foi detido, Mangione, oriundo de uma importante família do setor imobiliário de Maryland (nordeste), tinha na sua posse uma arma impressa a 3D que a polícia acredita ser a que foi a utilizada para matar Brian Thompson.

Mangione tinha ainda um documento manuscrito de três páginas, no qual sugeria ter "má vontade em relação" às corporações norte-americanas.

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Na noite de segunda-feira, os procuradores de Manhattan acusaram Mangione de homicídio, posse de armas de fogo e outros crimes, de acordo com um processo judicial divulgado 'online'. O suspeito foi acusado e detido sem fiança no estado da Pensilvânia, após uma breve audiência em tribunal.

O chefe dos detetives da polícia de Nova Iorque, Joseph Kenny, disse que Mangione será extraditado para Nova Iorque para enfrentar acusações relacionadas com a morte de Thompson.

CEO da United Healthcare recebeu ameaças antes de morrer

Antes de viajar até Nova Iorque, Brian Thompson revelou à sua mulher, Paulette, que estava a ser alvo de ameaças. "Não sei os detalhes [das ameaças]. Só sei que ele me disse que havia algumas pessoas a ameaçá-lo antes da sua viagem a Nova Iorque", disse à NBC. 

O motivo do crime ainda não foi revelado pelas autoridades, mas os investigadores encontraram no local cápsulas de balas gravadas com as palavras "atrasar", "negar" e "depor", imitando uma expressão utilizada pelos críticos da indústria seguradora para os procedimentos usados para evitar o pagamento de compensações aos clientes.

Após a detenção, os meios de comunicação norte-americanos adiantaram que uma cirurgia às costas, no início de novembro, pode ter motivado o crime. Em causa está o facto de Luigi sofrer de dores crónicas devido a um acidente de 'surf' e ter tentado combatê-las com tratamentos alternativos e psicadélicos. 

Leia Também: Suspeito é detido cinco dias após assassinato do CEO da UnitedHealthcare

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