O índice de referência, que esteve encerrado na quinta e sexta-feira e que tem uma forte componente tecnológica, perdeu 2.065,87 pontos e terminou a sessão nos 19.232,35 pontos.
Estas perdas são superiores às registadas a 05 de agosto do ano passado, quando o Taiex sofreu uma queda recorde de 1.807,21 pontos, equivalente a 8,35 %.
As empresas tecnológicas foram as que mais perderam no dia, com a TSMC, a Hon Hai (Foxconn) e a MediaTek a caírem abaixo do limite diário de 10% assim que a sessão começou.
As perdas da TSMC, o maior fabricante de 'chips' do mundo, significam que as ações da empresa caíram 25,3% desde o seu máximo histórico em 22 de janeiro, representando uma queda de 7,4 biliões de dólares de Taiwan (cerca de 203 mil milhões de euros) em valor de mercado.
Em comunicado, a Comissão de Supervisão Financeira de Taiwan (FSC) anunciou no domingo à noite que iria restringir temporariamente as vendas a descoberto, aumentando os 'spreads' mínimos de licitação e limitando o empréstimo de títulos, a fim de "manter a estabilidade do mercado de ações e proteger os direitos dos investidores".
"Dado que a política tarifária recíproca dos EUA levou a quedas significativas nas bolsas de valores de vários países, e considerando que o mercado de Taiwan esteve fechado para um feriado e não refletiu estes movimentos (...), espera-se que surjam muitos fatores de incerteza significativos que afetarão a estabilidade do mercado de capitais de Taiwan", afirmou o regulador.
Citado pela imprensa local, o presidente da Bolsa de Valores de Taiwan (TWSE), Sherman Lin, disse na segunda-feira que a bolsa permanece em "alerta máximo" e que irá implementar "medidas adequadas de estabilização do mercado, se necessário".
Trump anunciou, na passada terça-feira, uma nova ronda de "tarifas recíprocas" contra vários países e territórios, incluindo Taiwan, a quem será aplicada uma taxa de 32% a partir de 09 de abril, em resposta a alegadas práticas como a manipulação de moeda ou o transbordo ilegal de mercadorias.
O líder de Taiwan, William Lai, reiterou hoje, através da sua conta oficial no X, que Taipé não imporá "tarifas de retaliação" contra os Estados Unidos, mas procurará dialogar com Washington com base na premissa de "zero tarifas bilaterais".
"Para garantir a competitividade de Taiwan, aumentaremos as importações dos EUA e tomaremos outras medidas. Trabalhando em conjunto, daremos início a uma era dourada de prosperidade partilhada", afirmou.
Embora os semicondutores de Taiwan - o principal motor da sua economia - tenham sido excluídos das novas taxas alfandegárias, a medida suscitou preocupações quanto ao ambiente comercial mais hostil entre Taipé e Washington.
Taiwan tem o sexto maior excedente no comércio com os EUA, com exportações recorde de mais de 110 mil milhões de dólares (100 mil milhões de euros) em 2024, impulsionadas pela crescente procura americana de 'chips' avançados de inteligência artificial.
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