Segundo uma nota de imprensa da FEVICCOM, "vão realizar-se diversas greves no setor vidreiro, desde já, em três empresas do Grupo Vidrala (Santos Barosa, Gallo Vidro e Vidrala Logistics), na Marinha Grande", distrito de Leiria, para "reclamar aumentos salariais dignos e a melhoria das condições de trabalho".
"Esta greve destina-se a exigir aumentos salariais mais elevados e dignos para estes trabalhadores. São para já três empresas do Grupo Vidrala, do setor vidreiro, mas vamos ter mais, porque este ano as entidades patronais estão numa posição muito mais fechada do que em anos anteriores e não tiveram em conta as aspirações e as reivindicações dos trabalhadores", afirmou à agência Lusa a coordenadora do FEVICCOM, Fátima Messias.
Fátima Messias referiu que os trabalhadores, "depois de algumas reuniões sem chegar a um resultado de consenso, decidiram demonstrar a sua rejeição e o seu protesto", frisando serem necessários aumentos salariais dignos face ao aumento do custo de vida.
"As pessoas não têm possibilidade de fazer face aos bens alimentares ou à habitação se não houver aumentos salariais mais vantajosos, melhores para os trabalhadores", adiantou.
A paralisação tem início às 05:00 de terça-feira.
"A greve vai estender-se ao longo da semana nas três empresas. A primeira é a Santos Barosa, que começa às 05:00, nos turnos, e continua. No dia seguinte entra a Gallo Vidro, também de manhã. São dois dias de greve para cada empresa e a última das empresas, a Vidrala, começa no final da semana e vai até à manhã do dia 29", explicou.
Fátima Messias antecipou uma grande adesão à paralisação nas três empresas, com cerca de 900 trabalhadores, de acordo com a FEVICCOM.
"Contamos com uma boa adesão dos trabalhadores. Foram eles que mandataram o Sindicato [dos Trabalhadores da Indústria Vidreira] e a Federação para apresentar estes pré-avisos de greve. Foram eles que decidiram o tempo, o modo e a forma de estabelecer esta greve no grupo", declarou, adiantando que uma fábrica do grupo, em Espanha, "também está em greve, por tempo indeterminado".
A coordenadora da FEVICCOM considerou existir "uma conflitualidade laboral neste grupo e em todo o setor vidreiro também, porque as reivindicações dos trabalhadores são mais do que justas e as administrações tendem a 'fazer orelhas moucas'".
"Portanto, os trabalhadores decidiram mesmo tomar muito a sério este protesto", acrescentou.
Entre as reivindicações constantes nos três pré-avisos de greve estão aumentos de salários e de subsídio de refeição, atualização do subsídio de turno, 35 horas de trabalho semanais, prémio de produção ou mais dias de férias.
Leia Também: SIMA convoca greve na antiga Groundforce entre 18 de abril e 2 de maio