A renda de um estúdio numa residência de estudantes na cidade de Lisboa ascende aos 1.600 euros, de acordo com um estudo da CBRE Portugal sobre o setor das residências de estudantes, divulgado esta segunda-feira. O estudo revela ainda que mais de metade da oferta destes alojamentos privados se concentra em Lisboa e Porto.
O estudo, denominado The Portuguese Momentum on Student Housing, refere que o mercado português tem vindo a registar um crescimento significativo. Uma análise da Taxa de Crescimento Anual Média (CAGR) desde 2020, revela que o número total de estudantes internacionais aumentou 9.5% e o de estudantes nacionais 1.6%.
As nacionalidades dos estudantes internacionais que ocupam o top 5 são a brasileira, a angolana, a guineense, a cabo-verdiana e a francesa, sendo que deste ranking e quando comparado com 2023 saíram Alemanha e Itália, segundo a empresa.
José Maria Moutinho, Head of Research na CBRE Portugal, refere que Lisboa "é uma das cidades com menor oferta" de Purpose Built Student Accommodation (PSBA) - o alojamento que é desenvolvido por iniciativa privada, com o objetivo de albergar estudantes do ensino superior - em relação à procura na Europa, "com uma taxa de aprovisionamento de 3,7% já considerando o pipeline previsto para os próximos dois anos".
Por outro lado, o Porto, "apesar de mais consolidado", apresenta também uma "taxa de aprovisionamento de cerca de 6,6%, o que é ainda é uma percentagem muito baixa quando comparada com mercados mais maduros, nomeadamente, Amesterdão que regista 22%".
"Neste momento, Portugal tem 11.250 camas operacionais e é esperado que nos próximos dois anos abram projetos de residências de estudantes que trarão mais 2.600 camas ao mercado. Este é ainda um setor com imensas oportunidades", indica.
Apesar da taxa de aprovisionamento nacional ser de 3.1%, há algumas discrepâncias, segundo o estudo. Aveiro, Braga e Coimbra são as cidades que apresentam uma maior escassez de oferta e, por essa mesma razão, "tornam-se polos de oportunidade". Atualmente, "82% do total da oferta se concentra em Lisboa e Porto".
As rendas também têm registado um aumento. No Porto, refere o estudo, um estúdio varia entre os 450 euros e os 900 euros. Por outro lado, em Lisboa a renda desse mesmo estúdio começa nos 650 euros e pode ascender aos 1.600 euros.
A taxa de ocupação situa-se em torno de 98%.
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