Miguel Pinto Luz, membro da Comissão Política Nacional do Partido Social Democrata (PSD), acusou o líder do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, de ceder a uma "agenda populista e demagógica" e levar o país a eleições antecipadas.
"Todos sabemos que os períodos que antecedem eleições são tempos de enorme intensidade política", começou por referir em conferência de imprensa, na sede distrital do PSD, no Porto.
Destacando que, por vezes, "existe a tendência de um certo exagero retórico", o também ministro das Infraestruturas e da Habitação afirmou ser "fundamental" preservar a "verdade e a clareza das comunicações" e que tem havido um aumento de declarações de Pedro Nuno Santos que "suscitam preocupação quanto à sua precisão e quanto à sua fundamentação".
"É nesse contexto que gostaríamos de sublinhar algumas interpretações distorcidas da realidade, que prejudicam a confiança pública nas instituições", acrescentou, apelando ao PS para que "não se deixe seduzir pela ilusão" e "pelo caminho mais fácil".
Miguel Pinto Luz quis "recordar que foi a cedência de Pedro Nuno Santos a uma agenda populista e demagógica que nos levou a um novo círculo eleitoral apenas um ano após as últimas eleições".
À semelhança do líder do PSD, Luís Montenegro, também Pinto Luz afirmou que o PS "prometeu tudo a todos" no seu programa eleitoral para as eleições de 18 de maio.
O social-democrata disse também ser de "duvidosa seriedade escolher aquilo que convém à herança de António Costa e negar o que não interessa de Pedro Nuno Santos". "Uma vez afirma que é trabalho seu e noutras diz que não teve absolutamente nada a ver com os últimos oito anos", acusou.
"O mesmo aplica-se aos resultados do atual governo no último ano. Se são positivos, são mérito claro de Pedro Nuno Santos. Se estes estão aquém do que se pretende, então são apenas do atual governo", acrescentou, dando como exemplo a área da Habitação, a TAP e a CP.
Passando para casos concretos, Pinto Luz elencou que "Pedro Nuno Santos reclama a construção das 26 mil casas do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], mas esconde, omite, a suborçamentação em que o Governo do PS as deixou", como também reclama "ter colocado a TAP a dar lucro, mas esquece, omite, que quem colocou de facto a TAP a dar lucro foram, em primeiro lugar, os seus trabalhadores e, em primeiríssimo lugar os contribuintes portugueses, com a injeção de mais de 3,2 mil milhões de euros no capital daquela companhia".
"Pedro Nuno Santos reclama ter colocado a CP, também ela, a dar lucro. Mas esquece, omite, que esse lucro não se deve mais uma vez somente a ele. Deve-se aos trabalhadores da CP, em primeiro lugar, e aos milhares de milhões de euros que os portugueses foram obrigados a injetar na companhia para saldar a dívida legada daquela empresa", continuou.
Miguel Pinto Luz defendeu que na Aliança Democrática (AD) "não há ilusionismos, truques nem meias verdades". "Subimos mesmo o rendimento das famílias portuguesas, baixámos mesmo o IRS das famílias portuguesas", assegurou.
Ainda sobre o IRS, o ministro reconheceu que "hoje as pessoas estão a receber menos no reembolso" e que "há portugueses com ansiedade por causa desse menos reembolso anual", mas lembrou que tal acontece "unicamente porque, ao longo do último ano, o Estado reteve menos dinheiro".
"Se o dinheiro é dos portugueses e dos portugueses, não faz qualquer sentido que o Estado fique todos os meses com mais do que é devido para lhes devolver no ano seguinte", acrescentou, frisando que "não há cartas na manga" relativamente à redução do IRS.
[Notícia atualizada às 19h18]
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