"A leitura que se faz das eleições na Madeira é a seguinte: vitória das eleições sobre a justiça.
Ser arguido ou haver suspeições na Madeira não conta para nada.
Miguel Albuquerque, desde o início do ano de 2024, é suspeito de atentado contra o Estado de Direito, recebimento indevido de vantagem, corrupção passiva, corrupção ativa, participação económica em negócio, abuso de poderes e de tráfico de influência, assim como, Pedro Calado (presidente da Câmara do Funchal) e Avelino Farinha (líder do grupo empresarial AFA). Pedro Calado renunciou.
A PJ deteve o ex-secretário regional do governo da Madeira, num caso de financiamento ilícito do PSD. Várias secretarias regionais centrais do governo de Miguel Albuquerque foram alvo de buscas judiciais. A PJ confirmou a detenção de sete suspeitos, entre políticos e empresários.
As eleições premeiam quem está no poder. Os madeirenses querem Albuquerque no registo: 'eu é que mando e faço o que quero'.
Os madeirenses querem a estabilidade a qualquer preço e vão continuar a aguentar a altivez e presunção. Esta vitória nas eleições quase que davam para o orgulhosamente só! Precisa do CDS por uma unha negra.
Miguel Albuquerque vai continuar igual a si próprio.
Contudo, vencer eleições não é o mesmo que estar isento de obrigações e responsabilidade. Eleições não branqueiam carácter, postura e personalidade dos eleitos.
A Madeira é um feudo do PSD e assim vai continuar a ser.
Resta ver o que se vai passar. Esta vitória é uma ajuda preciosa para o PSD nacional - não vale a pena escamotear o evidente.
Na Madeira, com todos os erros e casos, não há forma de haver alternância do poder, culpa exclusiva da oposição e do comité eleitoral do governo regional que gera empregos para toda a gente."
Leia Também: PSD 'à beira' da maioria absoluta, JPP passou PS. Como ficou a Madeira?