A Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas, esta segunda-feira, na Federação Portuguesa de Futebol (FPF) por suspeitas de corrupção, recebimento indevido de vantagem, participação económica em negócio e fraude fiscal qualificada. A notícia foi avançada pela SIC Notícias e confirmada pelo diretor nacional da PJ, Luís Neves.
"Isto tem que ver com a venda da antiga sede da Federação Portuguesa de Futebol. Envolve suspeitas de corrupção, recebimento indevido de vantagem e fraude fiscal", confirmou Luís Neves, em declarações aos jornalistas.
"Cumprimos hoje cerca de 20 buscas", adiantou.
Segundo o diretor da PJ, "o inquérito está sediado no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa" e "está a cargo da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ".
De acordo com o despacho, a que a agência Lusa teve acesso, o Ministério Público deu autorização para a apreensão de computadores, telemóveis e outros suportes informáticos relevantes.
Já em comunicado, a PJ esclareceu que em causa está a Operação Mais Valia, que deu cumprimento a 20 mandados de busca e apreensão em domicílios, instituição bancária, estabelecimentos e sociedades de advogados, nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém.
"No decurso da investigação foram identificadas um conjunto de situações passíveis de integrarem condutas ilícitas relacionadas, sobretudo, com a intermediação da venda da antiga sede pertencente à Federação Portuguesa de Futebol, na Rua Alexandre Herculano, nº58, Lisboa. O imóvel foi vendido por onze milhões duzentos e cinquenta mil euros", indica a autoridade.
Na investigação, tal como já tinha sido adiantado, "estão em causa factos suscetíveis de integrarem os crimes de recebimento indevido de vantagem, de corrupção, de participação económica em negócio e de fraude fiscal qualificada".
As diligências foram executadas por 65 Inspetores e 15 Especialistas de Polícia Científica da PJ, contando ainda com a participação de cinco juízes de instrução criminal, seis magistrados do Ministério Público e quatro representantes da Ordem dos Advogados.
"A investigação prosseguirá com a análise à prova agora recolhida e com os competentes exames e perícias, visando o cabal apuramento da verdade e a sua célere conclusão", rematou a PJ.
A FPF é agora liderada por Pedro Proença, que em fevereiro deste ano sucedeu a Fernando Gomes, presidente nos últimos 13 anos.
À Lusa, fonte da PJ precisou que as buscas resultaram, até ao momento, na constituição de dois arguidos - António Gameiro, antigo deputado do PS, e o antigo secretário-geral da FPF Paulo Lourenço. Por sua vez, Luís Neves esclareceu que Fernando Gomes e Tiago Craveiro, ex-CEO da FPF, não são visados.
O Ministério Público também confirmou as buscas "em vários locais do país, designadamente em instalações da Federação Portuguesa de Futebol" e que no "inquérito investigam-se factos relacionados com a alienação da antiga sede da FPF".
[Notícia atualizada às 23h31]
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