Albuquerque acusa PS de "agenda populista". Montenegro será "reeleito"

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, acusou hoje o PS de estar a seguir uma agenda populista e disse acreditar que, se Luís Montenegro fizer uma campanha séria, será reeleito primeiro-ministro.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
12/03/2025 15:06 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

Miguel Albuquerque

Miguel Albuquerque (PSD) considerou que se o Governo retirasse na terça-feira, no parlamento, a moção de confiança que acabou rejeitada, como pediram os socialistas, "não ia resolver nada, porque iam continuar com esta agenda populista de pôr em causa a honorabilidade e a credibilidade do primeiro-ministro".

 

"Agora, o que eu disse e continuo a dizer, se o povo é soberano, o povo é quem decide numa democracia em quem vota e quem deve governar. Devolvemos a voz ao povo para resolver esta questão de uma vez, senão nunca mais se consegue resolver", disse, à margem de uma visita à feira de turismo BTL, que hoje abriu em Lisboa.

O presidente do Governo madeirense afirmou que acredita que o povo vai perceber os argumentos do presidente do PSD sobre a sua participação numa empresa familiar e reeleger Luís Montenegro, porque o país não pode "continuar com eleições todos os anos, com orçamentos para aprovar".

"Se ele fizer uma campanha séria e fizer uma campanha assertiva relativamente a estas questões, eu acho que é reeleito. Agora, se é com reservas mentais e com medo dos partidos populistas... Em democracia temos de ter a coragem de enfrentar os nossos adversários", afirmou.

O governante madeirense destacou que Portugal "está descentrado da discussão essencial" e mais importante deste momento, que é "a discussão sobre o posicionamento geopolítico da Europa no futuro", quando decorre "talvez a situação mais delicada desde o pós-guerra de 1945".

Em vez disso, a agenda "traçada pelos partidos socialistas, populistas; neste momento é discutir as questões 'lana caprina'", disse, realçando que "os partidos de centro democrático não podem alimentar este populismo barato e esta demagogia".

Se esta "agenda prosseguir", afirmou, o país chegará ao momento em que "quem tem a responsabilidade da gestão das 'res publica'" serão "pessoas que nunca fizeram nada na vida" e que não têm "mais nada para fazer, porque uma pessoa que tem a sua família, que tem a sua empresa, que fez uma vida antes, não está para estar sujeito a uma coisa destas".

Miguel Albuquerque realçou que discussões deste género foram recorrentes nos anos 30 do século passado, quando houve a emergência dos fascismos, numa altura em que se punha "em causa a credibilidade das instituições democráticas, todos os políticos eleitos eram corruptos, todos os políticos eleitos eram suspeitos, todos tinham uma mácula".

"E isso leva a quê? (...) Leva a que, através da difamação contínua, através das redes sociais e das mentiras que vão proliferando, depois de se criar um deserto, apareça um salvador, que é isso que aconteceu na Europa nos anos de 1930. Portanto, este discurso é um discurso a que os portugueses têm de estar muito atentos, porque a maioria dos políticos ou a generalidade dos políticos são pessoas sérias", considerou.

Na terça-feira, a moção de confiança ao Governo PSD/CDS-PP foi rejeitada com os votos contra do PS, Chega, BE, PCP, Livre e deputada única do PAN, Inês Sousa Real. A favor estiveram o PSD, CDS-PP e a Iniciativa Liberal.

A crise política foi desencadeada há cerca de um mês após notícias sobre uma empresa familiar que pertenceu ao primeiro-ministro, a Spinumviva, levando à apresentação de duas moções de censura do Chega e PCP, ambas chumbadas.

Face às dúvidas que os partidos continuaram a manifestar, o primeiro-ministro anunciou a apresentação de uma moção de confiança, rejeitada na terça-feira, o que provocou a queda do Governo.

As dúvidas sobre a participação de Luís Montenegro numa empresa, que passou para a mulher antes de ir para o Governo e, mais recentemente, para os filhos por causa do seu regime de casamento, levou o PS a apresentar uma comissão parlamentar de inquérito para produzir resultados num prazo de 90 dias.

Na sequência da rejeição da moção de confiança, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, está hoje a ouvir os partidos no Palácio de Belém, e convocou uma reunião do Conselho de Estado para quinta-feira.

Leia Também: Albuquerque sai do PSD regional se perder sufrágio de 23 de março

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