Mandato foi "interrompido no pior momento". Caiu "um bom Governo"

O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, considerou hoje que "caiu um bom Governo" e responsabilizou a oposição por levar o país para uma crise política que o Governo tentou evitar "até ao último segundo".

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Lusa
11/03/2025 23:27 ‧ ontem por Lusa

Política

Governo/Crise

"Hoje caiu um bom Governo, e o CDS tudo fará para que, já adiante, este bom Governo possa continuar o trabalho que vinha fazendo, melhorando todos os dias a vida dos portugueses. Os portugueses têm conhecimento de tudo o que este bom Governo fez durante um ano, tal qual os portugueses têm memória de tudo aquilo que de mal foi feito noutros governos, por Pedro Nuno Santos e o PS", afirmou.

 

Nuno Melo falava aos jornalistas na sede nacional do partido, onde esta noite se reuniu a Comissão Executiva do partido.

O ministro da Defesa Nacional destacou o trabalho do Governo e considerou que neste momento "o país está muito melhor do que estava há um ano", quando o atual Executivo tomou posse. O mandato do Governo foi "interrompido no pior momento", considerou também.

Nuno Melo disse que "as esquerdas e o populismo que se diz de direita optaram hoje por trazer a Portugal uma crise política" e quiseram "perpetuar um clima de suspeição, feito de ataques permanentes, para não ter que discutir politicamente aquilo que são os méritos da governação".

O líder do CDS-PP sustentou que houve vontade para tentar encontrar, junto da oposição, "uma saída que permitisse que a crise política fosse evitada". Nuno Melo disse que não participou "em negociações", mas houve, "ao longo deste tempo, contactos entre responsáveis de vários partidos".

"O Governo e os partidos que suportam o Governo tentaram realmente encontrar até ao último segundo uma solução que permitisse evitar a crise política. E portanto, se essa crise política acontece, acontece porque as oposições nunca quiseram outra coisa que não fosse essas mesmas eleições, ou seja, valorizaram o interesse partidário sobre o interesse do país, com prejuízo para os portugueses", criticou.

Na ótica do líder do CDS-PP, "isso é um pecado quase mortal, que também deve ser medido nas urnas, porque era perfeitamente escusado".

Questionado sobre a comissão de inquérito que o PS propôs e desafio lançado pelo Governo durante o debate na Assembleia da República para que os socialistas aceitassem que tivesse um prazo mais curto, Nuno Melo afirmou que "os prazos foram sendo estendidos até ao limite tolerável" e defendeu que "quando se tenta um entendimento, não pode ser a posição de uma das partes".

O líder centrista disse também que "numa comissão parlamentar de inquérito como esta, com um objeto razoavelmente limitado, 30 ou 60 dias são mais do que suficiente para apurar tudo o que queira e o que não queira".

"E, portanto, quando assim não se aceita, é porque, de facto, a comissão parlamentar de inquérito é só o instrumento de uma estratégia maior, que é a do ataque pessoal, da tal vontade de transformar o cenário político numa discussão acerca de casos, quando não se tem a possibilidade de se argumentar na política contra aquilo que o Governo foi alcançando, e que é realmente impressionante", salientou.

O líder do CDS-PP assinalou que o partido "é leal na coligação" e "está do lado deste primeiro-ministro, e juntamente com o PSD trabalhará para que a justiça seja feita nas urnas e este Governo possa continuar o trabalho que foi enormemente interrompido".

Numa antevisão da audiência com o Presidente da República na quarta-feira, Melo indicou que CDS-PP vai defender que as eleições antecipadas aconteçam em maio, em linha com o calendário apontado por Marcelo Rebelo de Sousa.

Leia Também: "Ficou aos olhos do país todo que Montenegro tem alguma coisa a esconder"

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