Chega disponível para solução de "estabilidade" mas sem Montenegro nem PS

O presidente do Chega disse hoje que transmitiu ao Presidente da República disponibilidade para uma solução de estabilidade, mas sem incluir o atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, a quem devolveu o "não é não", ou o PS.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
12/03/2025 14:45 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

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"Tive a oportunidade de transmitir que da parte do Chega haverá um contributo para qualquer cenário que seja, obviamente, de estabilidade, conquanto isso não implique abdicar das nossas bandeiras contra a corrupção, da nossa identidade pela transparência, isso nunca poderíamos fazer independentemente da situação política", afirmou André Ventura.

 

O líder do Chega falava aos jornalistas à saída de uma audiência de cerca de 20 minutos com o Presidente da República, no Palácio de Belém, onde Marcelo Rebelo de Sousa recebe hoje todos os partidos com assento parlamentar, na sequência da demissão do Governo PSD/CDS-PP causada pelo 'chumbo' da moção de confiança ao executivo.

"Dissemos ao senhor Presidente da República que da nossa parte tudo faremos para que saia desta eleição uma solução, seja ela de construção governativa, seja ela de construção parlamentar, saia uma solução que dê ao país algum futuro, que eu acho que é isso que as pessoas querem", defendeu. 

André Ventura considerou que o PSD "teria de resolver" a "situação de Luís Montenegro" antes de "qualquer solução governativa que viesse a existir". 

"Se o Chega lutou para que este primeiro-ministro não continuasse, não faz sentido agora ter outra solução com este primeiro-ministro mais à frente", afirmou, referindo que tem de haver "um esforço de todas as partes para essa solução".

O líder do Chega afirmou que "a Luís Montenegro é um não é não, e não é nenhuma retaliação, é porque nestas circunstâncias é impossível haver confiança neste primeiro-ministro para poder governar".

André Ventura rejeitou também entendimentos com o PS: "Era impossível qualquer aliança com o Partido Socialista, isso está fora de questão. Se nós estamos a dizer isto de Luís Montenegro, há um milhão de razões mais para não haver nenhum entendimento com o Partido Socialista, era preciso estar louco para haver um entendimento com o Partido Socialista, que é o partido mais corrupto que temos em Portugal", disse. 

Questionado se aceitaria fazer parte de um governo liderado por um primeiro-ministro que não tivesse ido a votos, Ventura admitiu essa solução, que disse não ser inédita, embora considere que "não é o cenário ideal para o país".

"Não é a solução ideal, mas também não é a solução ideal estarmos de três em três meses em atos legislativos", assinalou.

 Sobre a abertura pelo Ministério Público de uma averiguação preventiva relacionada com o primeiro-ministro e com a empresa da sua família, o presidente do Chega disse que vê "com total naturalidade", uma vez que o caso é público.

André Ventura disse que essa "é uma questão da Justiça" e há também "a questão política", se "um primeiro-ministro com este tipo de suspeitas" deve ser candidato a primeiro-ministro ou "se tem condições para continuar" a exercer a função "sem uma explicação cabal de tudo isto".

André Ventura chegou ao Palácio de Belém alguns minutos depois da hora a que deveria ter começado a reunião, acompanhado do líder parlamentar Pedro Pinto e do deputado Rui Paulo Sousa, ambos adjuntos da Direção Nacional do partido.

O Presidente da República ouvirá ao longo do dia todos os partidos com assento parlamento e convocou para quinta-feira às 15:00 uma reunião do Conselho de Estado ao abrigo do artigo 145.º, alínea a) da Constituição, segundo a qual compete a este órgão pronunciar-se sobre a dissolução da Assembleia da República.

Leia Também: Ventura diz que Marcelo está "mais tendente" para eleições a 11 de maio

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