"Na política portuguesa não entendo tanto finca-pé e extremar de posições. E há cedências de última hora que me deixaram boquiaberto.
O melhor daquele espetáculo foi o suspense de saber se o Governo caía ou não caía. Mas caiu…
Mau demais para ser verdade. O Parlamento deixou de ter representantes do povo e é um salve-se quem puder.
Coitado do nosso país, vai de mal a pior.
Parecem meninos no recreio, à bulha e a ver quem é o melhor.
O PSD desde o início não percebeu que não tinha uma maioria absoluta, porém interiorizou que venceu as eleições com a muleta do CDS. Passou a funcionar como se assim fosse. Começou a construir paredes em vez de pontes.
A questão atual é que, com estes protagonistas, não se vai chegar a lado nenhum. As eleições não vão resolver coisa nenhuma e o país vai continuar adiado.
Esperemos que no contexto internacional as coisas acalmem.
Acho que deveriam fazer um bocadinho de introspecção e verem as figuras que fazem. A política está a tornar-se autofágica. Sinceramente, não sei onde isto vai parar!
Quem vai à guerra dá e leva e podem ficar os dois (Montenegro e Pedro Nuno) fora de combate.
O que se passou ontem no Parlamento, no debate sobre a moção de confiança, fez lembrar Dante na 'Divina Comédia', com cenas e imagens dantescas, que se tornaram o grau zero da política portuguesa."
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