"A minha estratégia é tirar o partido da estagnação. Neste momento estamos com sondagens à volta dos 5/6% e eu comprometo-me a colocar, em dois anos, a Iniciativa Liberal no patamar de 10%", afirmou Rui Malheiro aos jornalistas em Viseu, onde hoje apresentou a Moção Estratégica Global "Coragem para transformar Portugal", que tem 134 páginas.
No seu entender, esta terá de ser "a primeira ultrapassagem" para por fim à estagnação em que considera que o partido se encontra sob a liderança do atual presidente e recandidato, Rui Rocha.
"Queremos a seguir pensar como é que vamos ser Governo e esse sentido de missão será com as nossas ideias, com os nossos quadros, com a união do partido. Temos o mote 'Unidos pelo Liberalismo' porque queremos trabalhar com todos e seguramente trabalharemos com a equipa do Rui Rocha", afirmou o conselheiro nacional, frisando que "melhor do que um Rui só mesmo dois, um a presidente da IL e outro na Assembleia da República".
Rui Malheiro considerou a percentagem de 10% realista e espera consegui-la "com as ideias certas e com formação de quadros", estando a ser feito "um roteiro por todos os núcleos", falando com os membros e aceitando as suas visões.
"O que está em causa nestas eleições são duas visões totalmente distintas: nós comprometemo-nos com objetivos claros e concisos na nossa moção estratégica global, a moção estratégia global de Rui Rocha é um conjunto de promessas que não foram cumpridas nos últimos dois anos", lamentou.
Rui Malheiro aludiu a "uma diferença gritante" relativamente a Rui Rocha, quer a nível externo, no que respeita à visão sobre áreas como educação, saúde ou energia, quer a nível interno, em que pretende dar "muito mais autonomia aos núcleos", inclusive financeiramente e nos órgãos do partido.
"Por exemplo, iremos abster-nos do nosso direito de voto em sede de Conselho Nacional de forma a devolver o conselho nacional aos conselheiros" e a conseguir que as propostas tenham "um consenso alargado", acrescentou.
No que respeita às eleições autárquicas, que são consideradas as mais difíceis para a IL, Rui Malheiro pretende que sejam uma oportunidade para expandir a mancha territorial do partido.
O objetivo é apresentar candidaturas em pelo menos cem municípios e eleger 200 autarcas liberais, "de preferência sempre em lista própria" e, "acima de tudo, conscientes de que o partido precisa de formar quadros e que esses quadros trarão uma renovação que faz falta à IL neste momento".
"Nas eleições autárquicas defendemos o princípio da subsidiariedade e os núcleos terão essa responsabilidade. Haverá muitos sítios onde não conseguimos ainda ter expansão territorial, uma coisa que também iremos mudar nos próximos dois anos de mandato sob a minha presidência, e o que se espera é que os núcleos tomem as melhores decisões, sempre com base em políticas liberais", referiu.
Quanto ao candidato às eleições presidenciais, Rui Malheiro disse que o perfil terá de ser aprovado em Conselho Nacional e que não pretende "queimar etapas".
"Quando for presidente da IL, a partir do dia 03 fevereiro convocarei o Conselho Nacional para discutir o perfil presidencial", afirmou aos jornalistas, avançando que, no entanto, "uma pessoa como Carlos Guimarães Pinto" teria o perfil que idealiza.
Rui Malheiro, de 42 anos e membro da IL desde 2020, foi escolhido em eleições primárias pelo movimento Unidos pelo Liberalismo, após a desistência de Tiago Mayan Gonçalves, para disputar a liderança da IL com o atual presidente e recandidato, Rui Rocha, na Convenção Nacional do partido que vai decorrer em 01 e 02 de fevereiro.
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