Montenegro "tem mais motivos para estar intranquilo" após demissão no SNS

O secretário-geral do Partido Comunista, Paulo Raimundo, defendeu hoje que o primeiro-ministro "tem mais motivos para não estar tranquilo", depois da demissão do diretor-executivo do SNS, realidade com a qual diz viver bem e dormir descansado.

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Lusa
18/01/2025 19:27 ‧ ontem por Lusa

Política

Paulo Raimundo

Em declarações aos jornalistas, à margem da manifestação nacional 'Todos juntos pela Paz! É urgente por fim à guerra!', que, segundo a organização, juntou milhares de pessoas, Paulo Raimundo, questionado sobre a demissão do diretor-executivo do SNS, afirmou que Luís Montenegro "tem mais motivos para não estar tranquilo".

 

António Gandra D'Almeida pediu na sexta-feira a demissão imediata das suas funções depois de o canal de televisão SIC ter noticiado que acumulou, durante mais de dois anos, as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas urgências de Faro e Portimão, tendo com isso ganhado mais de 200 mil euros por vários turnos de trabalho.

Aos jornalistas, o secretário-geral do PCP disse que vive "bem com a intranquilidade do primeiro-ministro".

"Eu vivo mal é com a intranquilidade das pessoas que vão às urgências, das grávidas que não conseguem aceder às urgências, com as crianças que não conseguem aceder às urgências pediátricas, isso é que me intranquiliza, é com isso que eu vivo mal", afirmou.

"Com a intranquilidade do primeiro-ministro, eu vivo muito bem e até durmo descansado", acrescentou.

Concretamente sobre Gandra D'Almeida, secretário-geral do Partido Comunista defendeu que se o diretor-executivo do SNS sabia que havia uma incompatibilidade, nunca deveria ter aceitado o convite para assumir aquele cargo.

No entanto, para Paulo Raimundo, o problema do Serviço Nacional de Saúde está nas urgências fechadas e nas pessoas que não conseguem consultas.

"Precisamos é de gente comprometida com o serviço público, com o SNS, e não gente que alimente o negócio que está por trás da doença", criticou.

Disse, por isso, que "a questão de fundo não é a pessoa A, B ou C, a questão de fundo não é o caso A, B ou C. A questão de fundo são as opções políticas erradas, neste caso para o Serviço Nacional de Saúde, mas que se pode estender a várias áreas".

Deu como exemplo a "opção errada do Governo português de não reconhecimento do Estado da Palestina" e do "alinhamento do Estado português contra aquilo que é a lei, contra aquilo que é a letra da Constituição, do alinhamento pelo armamento, pela guerra".

Para Paulo Raimundo impõe-se exigir a paz e o cumprimento da Constituição portuguesa, "como esta manifestação está a afirmar", assinalando como "milhares e milhares de pessoas", hoje, em Lisboa, saíram à rua em defesa da paz na Palestina.

"Aqui estão estas pessoas a exigir paz, a exigir a vida, a exigir a cooperação e solidariedade entre os povos, que é isso que os povos precisam, é uma grande alegria estar a ver estes milhares e milhares, como digo, de um movimento que se alarga cada vez mais porque as pessoas estão a perceber que o caminho não é o caminho da guerra", defendeu, acrescentando que são exigências transversais tanto à Palestina como à Ucrânia e a todos os conflitos no mundo.

Questionado sobre o cessar-fogo em Gaza que vai entrar em vigor, o secretário-geral do Partido Comunista disse que se trata de "um momento de satisfação e alegria", mas alertou que "é preciso que esse cessar-fogo se transforme num cessar-fogo permanente, e que se acabe com o genocídio de Israel, do povo palestino por parte de Israel".

[Notícia atualizada às 19h50]

Leia Também: Demissão no SNS. Médicos preocupados com "desnorte" (e reações políticas)

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