A Iniciativa Liberal (IL) voltou a criticar a presença do Governo português na tomada de posse do novo presidente de Moçambique, que aconteceu, esta quarta-feira, em Maputo.
"Enquanto a polícia dispara sobre os moçambicanos, Paulo Rangel está no palácio a dar cobertura à tomada de posse da fraude eleitoral, da autocracia e da opressão", escreveu o presidente da IL, Rui Rocha, numa publicação partilhada na rede social X (antigo Twitter).
"É o povo moçambicano que precisa de solidariedade, não o regime. Um dia lamentável para a diplomacia portuguesa", rematou Rui Rocha.
A oposição já tinha criticado a presença portuguesa na tomada de posse de Daniel Chapo, atirando que a visita "daria o sinal errado" e que reconhecia "os resultados fraudulentos" que deram a vitória a Chapo, apoiado pela Frelimo.
Enquanto a polícia dispara sobre os moçambicanos, Paulo Rangel está no palácio a dar cobertura à tomada de posse da fraude eleitoral, da autocracia e da opressão. É o povo moçambicano que precisa de solidariedade, não o regime.
— Rui Rocha (@ruirochaliberal) January 15, 2025
Um dia lamentável para a diplomacia portuguesa.
Portugal fez-se representar pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que após a tomada de posse prestou declarações aos jornalistas. Em Maputo, Rangel garantiu que os dois países em causa eram "países-irmãos" e que Moçambique poderia contar com Portugal para criar "consenso".
Para hoje Rangel tem ainda marcado um encontro com a comunidade portuguesa no país. Em relação às críticas que Venâncio Mondlane fez a Rangel, o ministro disse que "iria falar com ele", não desvendando se esse encontro iria acontecer nas próximas horas.
A ausência do presidente da República também foi assunto em cima da mesa e Rangel lembrou a mensagem que Marcelo Rebelo de Sousa fez chegar ao seu homólogo moçambicano - e lembrou que o chefe de Estado vai até Moçambique em junho, com uma representação de "alto nível".
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