"Chegou o momento da afirmação política europeia", afirmou Paulo Rangel, durante a sua intervenção no Foro La Toja, que decorre hoje em Lisboa.
"É tempo de autonomia estratégica e daquilo que, de forma polémica, o presidente francês, Emmanuel Macron, chama de soberania europeia", defendeu o ministro.
Considerando que a crise da covid-19 revelou as vulnerabilidades da saúde na Europa e que a invasão da Ucrânia mostrou as vulnerabilidades energéticas e de segurança, Rangel afirmou que a União Europeia precisa de "um grande 'kit' de sobrevivência: na saúde, na segurança, na economia e na defesa".
A defesa da integridade territorial da Ucrânia tem de ser um objetivo da Europa, referiu Paulo Rangel, avançando com a necessidade de criar "um novo quadro regulador para a relação entre a Europa e a Federação Russa".
"Sim, os europeus, os ibéricos devem dizer 'sim' à paz e ao cessar-fogo [da guerra na Ucrânia], mas numa base sustentável", sublinhou.
Ao mesmo tempo, o chefe da diplomacia portuguesa admitiu ser essencial diversificar as dependências da Europa, nomeadamente no campo económico, e, para isso, o primeiro passo é "aprofundar a relação com o Mercosul", mas também com África, Sudeste Asiático e com os países árabes.
A III edição do Fórum La Toja- Vínculo Atlântico realiza-se hoje na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, e pretende analisar as mudanças estruturais que impactam tanto a Europa como o resto do mundo.
Promovida pela Fundación La Toja, esta edição centra o debate no papel da Europa no atual contexto geopolítico, as oportunidades e os desafios no novo panorama internacional e a importância da cooperação ibérica num contexto de transformação acelerada.
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