Portugal vai albergar centro europeu de formação de pilotos KC-390

O ministro da Defesa anunciou hoje que a Base Aérea n.º 11, em Beja, vai albergar o centro europeu de formação de pilotos das aeronaves KC-390 e que Portugal vai adquirir um segundo simulador deste avião militar.

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Lusa
26/03/2025 14:23 ‧ há 4 dias por Lusa

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"Quero anunciar publicamente que Portugal vai passar a constituir-se como centro europeu de formação e qualificação de tripulantes da aeronave KC-390", disse Nuno Melo, indicando também a aquisição de um segundo simulador de voo desta aeronave, que ficará na Base Aérea n.º11, no distrito de Beja.

 

Nuno Melo, que voou de Lisboa até Beja numa aeronave C-295M da Força Aérea, acompanhado pelo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), general Nunes da Fonseca, salientou que esta não é uma "aquisição irrelevante", tendo em conta que cada formação tem um custo que pode rondar "600, 700 mil euros por piloto", o que pode gerar poupança e lucro para Portugal.

"Passaremos a formar tripulações destas aeronaves, que já estão equipar as forças aéreas de muitos países, para que se possa também então trazer esse retorno para a nossa indústria da Defesa e para a Força Aérea", realçou.

O KC-390 é um avião de transporte militar multifacetado, com valências que vão desde o combate a incêndios florestais, a realização de operações de busca e salvamento, evacuações médicas e missões de ajuda humanitária.

Em janeiro, a Força Aérea recebeu os últimos componentes do simulador da aeronave KC-390, uma "autêntica réplica" do cockpit deste avião, e que foi hoje utilizado pela primeira vez pelo ministro Nuno Melo, o CEMGFA e o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Cartaxo Alves, nas instalações da Esquadra 506 -- "Rinocerontes", onde futuros pilotos irão aprender.

Durante cerca de vinte minutos, Nuno Melo e os chefes militares estiveram dentro do simulador, aos "comandos" do KC-390, com alguns "abanões" à mistura, que simularam movimentações no ar.

Um simulador custa aproximadamente o mesmo valor de uma aeronave (na casa dos milhões de euros), mas a poupança com a utilização deste "cockpit" é significativa: não é necessário utilizar combustível em voos de treino, nem fazer manutenção.

"A possibilidade de Portugal formar pilotos é um passo decisivo, graças à Força Aérea e uma parceria também, no caso, muito virtuosa com a Embraer. A formação de cada piloto estrangeiro em Portugal significa uma receita muito importante e, por isso, este simulador não é uma despesa, este simulador é um investimento", salientou o ministro da Defesa.

Nuno Melo explicou que, com este centro de formação, o que Portugal tem que fazer "fora", atualmente, "pagando", passará a fazer "dentro, fixando o lucro", que ronda os 10 milhões por cada aeronave vendida.

Países como a Holanda, Hungria, República Checa ou a Áustria já adquiriram a imponente aeronave e podem vir a ser potenciais interessados na formação de pilotos que decorrerá em Beja, na casa dos "Rinocerontes", cujo lema é "Só pode o que impossível parecia", frase retirada dos "Lusíadas".

O investimento português na aquisição destas aeronaves rondou os 800 milhões mas Nuno Melo fez questão de salientar que "com as vendas destas aeronaves já feitas em vários países e o retorno para o Estado português, este investimento estará já em perto de 600 milhoes de euros".

"Portanto, nestas vendas Portugal também amortiza os seus próprios investimentos e eu acho que isto ajuda um povo inteiro a ter em conta que quando falamos da Defesa não falamos de gastos, falamos em muitos benefícios para a economis portuguesa", realçou.

O chefe do Estado-Maior General da Força Aérea, João Cartaxo Alves, explicou que o financiamento do primeiro simulador foi feito através da Lei de Programação Militar (LPM), investimento que será rentabilizado através da formação, uma vez que esta estrutura vai estar disponível "24 horas por dia durante 365 dias por ano".

Os termos da aquisição do segundo simulador ainda estão a ser negociados e a sua instalação está prevista para "durante o próximo ano".

Em 2019, Portugal acordou adquirir à brasileira Embraer cinco aeronaves KC-390 e um simulador, tendo já sido entregues duas, com o objetivo de substituir os Hércules C-130, por um valor de 850 milhões de euros.

No âmbito deste processo foram introduzidas modificações à aeronave para a adequar aos requisitos estabelecidos por alianças como a NATO, Nações Unidas e União Europeia, que fazem com que as aeronaves possam ser adquiridas por outros países com lucro para o Estado português.

[Notícia atualizada às 17h10]

Leia Também: Melo diz que cabe "aos protagonistas" decidir futuro na Madeira

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