A posição foi avançada à agência Lusa por José Maria Seabra Duque, coordenador geral da Caminhada pela Vida, uma iniciativa da Federação pela Vida que ontem juntou centenas de pessoas em 12 cidades portuguesas.
O jurista reagia a notícias recentes que dão conta de um aumento de casos de bebés retidos nas maternidades da região de Lisboa, por razões sociais, como a falta de habitação.
A situação "não é nova" para a Federação Portuguesa pela Vida, cujas associadas têm apoiado muitas mulheres imigrantes, principalmente provenientes de países lusófonos e que agora também têm outras nacionalidades.
"As nossas associadas recebem todas as mulheres de portas abertas. Uma mulher grávida é uma mulher grávida, venha de que país vier, tenha os papéis que tiver. Uma mulher grávida está à espera de um filho e precisa de receber amor e carinho e apoio, e também medidas políticas que permitam ter aquelas crianças em condições", afirmou.
José Maria Seabra Duque referiu que a federação não entra no debate sobre política migratória, mas assegurou: "Para nós é muito simples, as mulheres que estão cá e estão à espera de bebé ou têm os seus bebés têm de ser apoiadas".
Em ano de eleições legislativas, a organização considera que é "especialmente importante" exigir "políticas de defesa da vida".
"Mais do que dizer que somos contra - somos contra o aborto, a eutanásia - queremos medidas concretas às grávidas em dificuldade, de apoio à famílias, de apoio aos doentes", afirmou.
E acrescentou: "Não é possível ter um país onde uma jovem de 18 anos que está à espera de ter um bebé e quer ter o seu filho não tem qualquer tipo de apoio; não é possível ter um país onde 65% dos doentes que precisam de apoios paliativos não os têm".
A Caminhada pela Vida em Lisboa, que começou na Praça Luís de Camões, juntou centenas de participantes num percurso até São Bento, cantando palavras de ordem "pela vida".
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