"Não há fome em Gaza. Pessoas até são gordas", diz embaixador israelita

Disse ainda que os relatos sobre a morte de bebés devido ao frio no enclave são uma "piada".

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© Horacio Villalobos#Corbis/Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
17/01/2025 18:59 ‧ há 3 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

País

Faixa de Gaza

O embaixador de Israel em Portugal, Oren Rosenblat, negou, esta sexta-feira, que haja fome na Faixa de Gaza. 

 

Numa entrevista à CNN Portugal, o diplomata voltou a tecer polémicas declarações sobre a situação no enclave. 

"Não há fome e não há sede em Gaza. Nunca houve. (...) As pessoas até são gordas na Faixa de Gaza. E também têm linhas de água. As pessoas de Gaza não bebem água de garrafas, elas bebem de linhas de água que são de Israel também", afirmou. 

Mas o embaixador israelita foi mais longe e, confrontado com as mortes de bebés em Gaza devido ao frio, atirou: "Isso é piada. Isso é piada. É triste o que a televisão portuguesa disse sobre isso. A temperatura de Gaza é como o Algarve ou como Marrocos. Não há temperaturas abaixo dos 10 graus."

Note-se que, já na semana passada, Oren Rosenblat já havia defendido, numa outra entrevista, que "a situação em Gaza não é tão má como se vê na televisão portuguesa"

O diplomata comentou ainda o acordo alcançado entre Israel e o Hamas, descrevendo-o como "agridoce". "Nós vamos lutar até que todos os reféns sejam resgatados e até eliminar as capacidades civis e militares do Hamas", defendeu.

Os Estados Unidos e o Qatar anunciaram na quarta-feira que, na qualidade de principais mediadores entre Israel e o Hamas, as partes tinham chegado a um acordo sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Tal como acordado, o cessar-fogo deverá entrar em vigor às 12h15 locais de domingo (10h15 em Lisboa) e, de acordo com informações da agência noticiosa israelita Walla, a troca dos primeiros reféns terá início por volta das 16h00 locais (14h00 em Lisboa), embora ainda não tenha sido anunciada uma hora oficial.

A segunda fase do acordo de tréguas envolverá a distribuição de ajuda humanitária "segura e eficaz" a grande parte da Faixa de Gaza e a realização de reparações em instalações de saúde, além do envio para o enclave de mantimentos e combustível.

Os pormenores sobre a segunda fase, mas também sobre a terceira etapa do acordo, serão divulgados assim que a primeira fase for certificada.

Israel lançou a sua ofensiva contra Gaza após os ataques sem precedentes levados a cabo pelo Hamas a 07 de outubro de 2023 no sul do território israelita, que fizeram quase 1.200 mortos e cerca de 250 reféns. Desde então, mais de 46.700 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades do enclave, controladas pelo Hamas.

Também foram mortas mais de 850 pessoas pelas forças de segurança israelitas e em ataques de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Leia Também: Israel divulga lista de 95 palestinianos que serão libertados no domingo

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