Segundo a agência noticiosa japonesa Kyodo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês informou a Embaixada do Japão em Pequim, na quarta-feira, da execução do condenado, Zhou Jiasheng, que teve lugar no mesmo dia.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês, Yoshimasa Hayashi, citado pela Kyodo, disse que o crime de Zhou era "completamente intolerável" e sublinhou a importância da execução.
Hayashi afirmou que o Governo japonês "continuará a apelar à China para que garanta a segurança dos cidadãos japoneses" no país.
Zhou foi condenado à morte em janeiro passado, depois de ter sido considerado culpado de homicídio qualificado pelo Tribunal Popular Intermédio de Suzhou.
O ataque teve lugar em 24 de junho de 2024 numa paragem de autocarro de uma escola japonesa, onde a mãe japonesa e o filho aguardavam o transporte escolar.
Zhou atacou os dois com uma faca, ferindo gravemente a mulher e a criança. Hu Youping, uma empregada chinesa de 54 anos que trabalhava como assistente no autocarro escolar, interveio para deter o agressor, mas foi esfaqueada mortalmente.
Hu recebeu a título póstumo um diploma honorário do governo da cidade de Suzhou em reconhecimento da sua tentativa de salvar as vítimas.
Zhou foi detido pouco depois do incidente e formalmente acusado em novembro de 2024.
O motivo do ataque foi a insatisfação de Zhou com a sua situação financeira, uma vez que vivia endividado, e o seu desejo de "não continuar a viver", de acordo com a decisão do tribunal, a que as autoridades japonesas, citadas pela Kyodo, tiveram acesso.
Este não foi o único incidente violento na China contra cidadãos japoneses em 2024: em setembro, um rapaz japonês de dez anos foi morto em Shenzhen (sudeste) quando se dirigia para a escola no dia em que se comemorava o "Incidente de Mukden" ou "Incidente de 918", um acontecimento histórico que marcou o início da invasão japonesa da China em 1931, uma data particularmente sensível nas relações entre os dois países.
O dia 18 de setembro é conhecido como o 'Dia da Humilhação' na República Popular da China.
As relações entre os dois países deterioraram-se, nos últimos anos, à medida que a China se torna mais assertiva nas disputas territoriais na região e que o Japão reforça os laços de segurança com os Estados Unidos e os seus aliados.
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