Mark Carney falava num debate com os três adversários no escrutínio de 28 de abril, durante o qual tentou distanciar-se do antecessor no cargo, Justin Trudeau (2015-2025).
"A questão nestas eleições é saber quem será capaz de fazer frente ao [Presidente dos Estados Unidos] Donald Trump. Estamos a atravessar uma crise, a mais grave das nossas vidas. Precisamos de reagir com uma força decisiva e esmagadora. Precisamos de um Governo pronto para agir", argumentou Carney.
"Darei muito mais ênfase à economia" do que o anterior chefe do executivo canadiano, prometeu.
O sucessor de Trudeau foi criticado por todos os seus opositores - o líder do Bloc Québécois, Yves-François Blanchet, o candidato do Novo Partido Democrático, Jagmeet Singh, e o conservador Pierre Poilievre -- por causa do seu papel junto do anterior Governo, que aconselhou no final do ano passado e durante a pandemia de covid-19.
E defendeu-se sustentando que é injusto culpá-lo por problemas passados, porque acaba "de assumir o cargo de líder".
"Sou primeiro-ministro há um mês", afirmou, recordando as medidas adotadas nesse período, entre as quais a redução do imposto sobre o carbono, a negociação de uma parceria militar com a Austrália, o início de conversações comerciais mais intensas com França e o Reino Unido e o trabalho com as regiões do Canadá para quebrar barreiras comerciais internas.
"Fizemos tudo isso em tão pouco tempo. Fizemos tudo num mês", sublinhou, em declarações transmitidas pela rede de televisão estatal CBC.
De qualquer forma, Carney tentou distanciar-se do antecessor, Justin Trudeau, que no início de janeiro abandonou o cargo devido à falta de confiança nas fileiras do Partido Liberal.
"O senhor não é Justin Trudeau e eu também não sou Justin Trudeau, de acordo?", disse ao conservador Poilievre, que apelava para a mudança depois de uma década do partido centrista à frente do Canadá.
"O problema, senhor Carney, é que o seu partido está no poder há dez anos. É igual a Justin Trudeau. Precisamos de uma mudança", afirmara Poilievre.
O primeiro-ministro canadiano convocou eleições antecipadas no final de março, após apenas nove dias no cargo, depois de ter sido eleito líder do Partido Liberal com mais de 85% dos votos.
Desde que iniciou o seu segundo mandato presidencial nos Estados Unidos (2025-2029), a 20 de janeiro, Donald Trump deu várias vezes voz à intenção de anexar o Canadá, de fazer do país o 51.º estado federado norte-americano, além de lhe ter imposto um aumento das tarifas aduaneiras que terá forte impacto na economia, como fez com os seus outros parceiros comerciais.
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