"Há combustível no país, o que existe é que há algumas dificuldades por parte de algumas gasolineiras de obter as garantias da parte dos bancos comerciais para que o combustível (...) seja disponibilizado ao mercado", disse o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Estêvão Pale, à margem de um retiro dos quadros do pelouro para debater a legislação do setor, em Ponta d'Ouro, província de Maputo, sul de Moçambique.
Em causa está a falta de combustíveis nos postos de abastecimento, reportada já nas cidades de Pemba, na província de Cabo Delgado, e na Beira, na província de Sofala, motivando a especulação de preços.
"Mas esse processo [garantias dos bancos comerciais] está sendo tratado, não só com os bancos comerciais como também ao nível do banco central, que garante que existe moeda suficiente para tal", disse ainda Estêvão Pale.
Também os revendedores de combustíveis em Moçambique admitiram à Lusa em 24 de março "oscilações" no fornecimento e abastecimento daqueles produtos no país, mas garantindo que não há rotura no 'stock'.
"Neste momento estamos a enfrentar algumas oscilações de abastecimento dos combustíveis (...), o que consigo dizer com relação a estas oscilações é que em algum momento vão colocando alguns postos de abastecimento sem um dos combustíveis", explicou o presidente da Associação dos Revendedores de Combustível de Moçambique (Arcomoc), Nelson Mavimbe, em entrevista à Lusa.
O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, chegou a apontar o recurso ao transporte marítimo para combustíveis de Nampula para Cabo Delgado: "Podemos ter desafios em Cabo Delgado como a questão relacionada com combustíveis, e nisto já estamos a nos organizar para, por via de cabotagem, via marítima, possamos carregar o combustível do porto de Nacala [Nampula] para Cabo Delgado e este carregamento vai ser possível enquanto não repormos a via".
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