De acordo com os meios de comunicação social bósnios Klix e Slobodna Bosna, o avião oficial da Republika Srpska (RS) - uma das duas entidades autónomas da Bósnia - regressou esta manhã a Banja Luka depois de uma escala em Belgrado, embora não seja claro se o pró-republicano Dodik permaneceu na Sérvia ou regressou ao território sérvio da Bósnia.
Sarajevo enviou na quinta-feira à Interpol um mandado de captura internacional para Dodik, bem como para o presidente do Parlamento da RS, Nenad Stevandic, pelas suas violações da Constituição da Bósnia-Herzegovina.
O mandado deve ser aprovado pelo secretariado-geral da Interpol para poder entrar em vigor.
O Tribunal da Bósnia e Herzegovina emitiu um mandado de captura para Dodik, Stevandic e o primeiro-ministro da RS, Radovan Viskovic, a 14 de março, mas como alguns deles saíram ilegalmente do país, o tribunal solicitou também um mandado de captura internacional.
A Sérvia enviou na quinta-feira uma nota de protesto à Interpol, pedindo-lhe que não aceitasse o pedido de Sarajevo, argumentando que Dodik e Stevandic são vítimas de perseguição política, disse o ministro do Interior, Ivica Dacic.
Os analistas acreditam que Dodik, um aliado do Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, não será detido em Belgrado, mesmo que a Interpol emita um mandado de captura internacional, pelo facto de também ter cidadania sérvia.
No mês passado, por iniciativa de Dodik, a Republika Srpska proibiu o poder judicial e a polícia do Estado bósnio de atuarem no seu território e, no ano passado, declarou inválidas as decisões do Tribunal Constitucional e do Alto Representante internacional para a Bósnia-Herzegovina.
O Tribunal Constitucional da Bósnia suspendeu estas decisões e a União Europeia (UE) e os Estados Unidos condenaram-nas como atos contrários ao Acordo de Paz de Dayton, que em 1995 pôs fim a uma guerra de três anos que matou cerca de 100.000 pessoas.
Nos últimos anos, Dodik afirmou repetidamente que a Bósnia tinha falhado como Estado e que a RS decidiria o seu futuro, defendendo uma união com a Sérvia.
As autoridades secessionistas sérvias da Bósnia anunciaram que vão resistir a qualquer tentativa de os prender e estão a ser protegidas por unidades policiais fortemente armadas.
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