Líder sérvio-bósnio viaja sem ser detido apesar de mandado de captura

O líder secessionista sérvio-bósnio, Milorad Dodik, viajou na quinta-feira à noite de Israel para Belgrado sem ter sido detido, apesar de a Bósnia ter enviado à Interpol um mandado de captura internacional por atos inconstitucionais.

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Lusa
28/03/2025 16:41 ‧ há 3 dias por Lusa

Mundo

Belgrado

De acordo com os meios de comunicação social bósnios Klix e Slobodna Bosna, o avião oficial da Republika Srpska (RS) - uma das duas entidades autónomas da Bósnia - regressou esta manhã a Banja Luka depois de uma escala em Belgrado, embora não seja claro se o pró-republicano Dodik permaneceu na Sérvia ou regressou ao território sérvio da Bósnia.

 

Sarajevo enviou na quinta-feira à Interpol um mandado de captura internacional para Dodik, bem como para o presidente do Parlamento da RS, Nenad Stevandic, pelas suas violações da Constituição da Bósnia-Herzegovina.

O mandado deve ser aprovado pelo secretariado-geral da Interpol para poder entrar em vigor.

O Tribunal da Bósnia e Herzegovina emitiu um mandado de captura para Dodik, Stevandic e o primeiro-ministro da RS, Radovan Viskovic, a 14 de março, mas como alguns deles saíram ilegalmente do país, o tribunal solicitou também um mandado de captura internacional.

A Sérvia enviou na quinta-feira uma nota de protesto à Interpol, pedindo-lhe que não aceitasse o pedido de Sarajevo, argumentando que Dodik e Stevandic são vítimas de perseguição política, disse o ministro do Interior, Ivica Dacic.

Os analistas acreditam que Dodik, um aliado do Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, não será detido em Belgrado, mesmo que a Interpol emita um mandado de captura internacional, pelo facto de também ter cidadania sérvia.

No mês passado, por iniciativa de Dodik, a Republika Srpska proibiu o poder judicial e a polícia do Estado bósnio de atuarem no seu território e, no ano passado, declarou inválidas as decisões do Tribunal Constitucional e do Alto Representante internacional para a Bósnia-Herzegovina.

O Tribunal Constitucional da Bósnia suspendeu estas decisões e a União Europeia (UE) e os Estados Unidos condenaram-nas como atos contrários ao Acordo de Paz de Dayton, que em 1995 pôs fim a uma guerra de três anos que matou cerca de 100.000 pessoas.

Nos últimos anos, Dodik afirmou repetidamente que a Bósnia tinha falhado como Estado e que a RS decidiria o seu futuro, defendendo uma união com a Sérvia.

As autoridades secessionistas sérvias da Bósnia anunciaram que vão resistir a qualquer tentativa de os prender e estão a ser protegidas por unidades policiais fortemente armadas.

Leia Também: Líder sérvio-bósnio procurado pela justiça foi convidado especial em Belgrado

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