"Até agora, cerca de vinte pessoas morreram depois de chegarem ao nosso hospital. Muitas pessoas ficaram feridas", disse o médico do Hospital Geral de Naypyidaw, que tem cerca de 1.000 camas.
O sismo de magnitude 7,7 na escala de Richter provocou o colapso de vários edifícios e monumentos em várias partes do país do Sudeste Asiático, segundo imagens que têm sido divulgadas pela televisão estatal birmanesa.
A Junta Militar que está no poder após um golpe de Estado em 1 de fevereiro de 2021, declarou uma situação de emergência em Sagaing, Mandalay, Magway, no nordeste do Estado de Shan, Naypyidaw e Bago.
Os militares birmaneses também lançaram um raro apelo internacional de ajuda.
"Queremos que a comunidade internacional forneça ajuda humanitária o mais rapidamente possível", disse o porta-voz da junta, Zaw Min Tun, à AFP.
O sismo foi registado às 12:50 locais (06:20 em Lisboa) pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
Ocorreu a uma profundidade de 10 quilómetros (km), com epicentro a cerca de 17 km de Mandalay, a segunda cidade do país com 1,2 milhões de habitantes, e 270 km a norte da capital.
Em Naypyidaw, onde se realizou uma grande parada militar na quinta-feira, o solo vibrou durante 30 longos segundos antes de estabilizar, deixando as estradas deformadas e com fissuras, segundo jornalistas da AFP no local.
Os arredores do hospital geral, que o líder da junta, Min Aung Hlaing, visitou, assemelhavam-se a um campo de batalha, com centenas de feridos a chegarem e a serem tratados no exterior, devido aos danos causados no edifício.
A entrada de emergência desmoronou-se completamente.
"Esta é uma área com muitas vítimas", disse um funcionário, ordenando aos jornalistas que se afastassem.
"Nunca vi nada assim. Estamos a tentar gerir a situação", disse um médico à AFP, confidenciando que estava exausto.
Em Banguecoque, a milhares de quilómetros de distância, pelo menos três pessoas morreram, 50 ficaram feridas e 70 estavam desaparecidas depois de um edifício ter desabado na capital tailandesa.
O sismo também foi sentido com intensidade em várias cidades do sul da província chinesa de Yunnan, embora até agora os danos registados tenham sido pouco significativos, segundo a agência espanhola EFE.
O epicentro do sismo localizou-se a cerca de 294 km da fronteira chinesa, o que provocou fortes abalos em cidades como Dehong, Lincang, Baoshan e Dali, entre outras.
O sismo foi seguido de quatro réplicas, a primeira com uma magnitude de 6,4, e as restantes mais moderadas de 4,6, 4,6 e 4,5.
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