Iwao Hakamada, o japonês de 89 anos que passou quase 50 anos no corredor da morte até ser absolvido em setembro de 2024, recebeu uma indemnização de 217.362.500.000 ienes (cerca de 1,3 milhões de euros).
Segundo a agência de notícias The Associated Press (AP), Hakamada, que foi erradamente condenado por um quádruplo homicídio em 1968, recebeu 12.500 ienes (cerca de 77 euros) por cada dia dos 46 anos em que esteve na prisão, a maior parte dos quais no corredor da morte.
O Tribunal Distrital de Shizuoka, o mesmo que decidiu, em setembro de 2024, que Hakamada era inocente e que a polícia tinha adulterado as provas, estipulou que "o requerente deve receber 217.362.500.000 ienes", ou seja, cerca de 1,3 milhões de euros.
Segundo a imprensa local, citada pelo jornal britânico The Guardian, o montante representa um recorde para este tipo de indemnização. Ainda assim, a defesa considerou que o valor ficou aquém da dor que Hakamada sofreu nos últimos 50 anos.
Hakamada, atualmente com 89 anos, foi condenado à morte em 1968 pelo assassínio de uma família e permaneceu na prisão até 2014, altura em que o tribunal anulou a sentença devido a dúvidas sobre a veracidade das provas e ordenou um novo julgamento.
A nova sentença, anunciada pelo juiz Koshi Kunii, do Tribunal de Shizuoka, reconheceu que houve "falsificação de provas", pelas quais Hakamada foi incriminado pela acusação e pelas autoridades encarregadas da investigação do caso.
O Tribunal de Shizuoka concordou em voltar a julgar Hakamada depois de este ter insistido que as provas que o incriminavam tinham sido fabricadas contra ele.
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