Ministro da Saúde moçambicano despiu o fato e liderou cirurgia a tumor

O ministro da Saúde moçambicano, Ussene Isse, médico de cirurgia geral, despiu o fato, colocou a bata e liderou a equipa que operou uma mulher com um tumor de 500 gramas no pescoço em Nampula, norte de Moçambique.

Notícia

© Reuters

Lusa
29/03/2025 10:40 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Moçambique

"Os meus colegas, sabendo da minha presença aqui em Nampula, pediram a minha ajuda para participar da equipa cirúrgica (...) Estava acompanhado de três cirurgiões da província, preferiram que eu liderasse a cirurgia", explicou Ussene Isse, que desde janeiro é também ministro da Saúde de Moçambique, após a cirurgia, que se prolongou por duas horas, realizada na sexta-feira, no hospital de Nampula.

 

"Foi com muito gosto que o fiz, porque sabem que é minha paixão ser cirurgião, eu gosto de operar. Apesar de estar a ocupar este cargo político, sempre continuarei a dar o meu apoio, sempre que for possível, onde eu estiver", acrescentou.

A cirurgia dirigida pelo ministro, 54 anos e médico há mais de três décadas, enquadrou-se igualmente na campanha dos 100 dias de governação -- após a posse do atual Governo em 18 de janeiro - que prevê a realização de 500 cirurgias para reduzir o número de pacientes em lista de espera no Serviço Nacional de Saúde.

De acordo com o ministro, neste caso nas funções de cirurgião, a intervenção era à partida bastante complexa, devido à localização do tumor, que crescia no pescoço da paciente desde 2019.

"Já se queixava com dificuldades para respirar, comer e por razões estéticas, por ser uma mulher. Mas a cirurgia correu bem (... ) Era uma cirurgia bastante complexa, mas fizemos com muita facilidade", apontou ainda Ussene Isse, esperando por uma recuperação positiva da paciente no pós-operatório.

"Estou feliz porque ajudei mais uma moçambicana", atirou.

Já na função de ministro, revelou que a campanha que tinha como meta 500 cirurgias em 100 dias, que se cumpre apenas dentro de cerca de um mês, já ultrapassou esse objetivo, aproximando-se das 1.000 cirurgias.

As autoridades de saúde alertaram em 19 de fevereiro que as manifestações pós-eleitorais em Moçambique condicionaram a realização de cirurgias no país, levando ao aumento de pacientes em listas de espera pelos procedimentos.

"Só nestes últimos três meses, com estas manifestações pós-eleitorais, nós tivemos pacientes e profissionais de saúde que não conseguiram aceder às unidades de saúde e com isso houve uma acumulação de pacientes em listas de espera", disse em conferência de imprensa a diretora nacional de assistência médica, Luísa Panguene, em Maputo.

Segundo a representante, atualmente, cerca de 1.000 pacientes estão à espera dos procedimentos cirúrgicos em todo o país.

"Não acontecendo esta cirurgia no espaço de tempo esperado, pode acontecer um agravamento da situação clínica do doente, que pode resultar, inclusive, em óbito ou a termos de realizar cirurgias em situação de emergência", afirmou.

Luísa Panguene explicou que para a redução das listas de espera na saúde, o Governo moçambicano lançou uma campanha de aceleração de cirurgia nos principais hospitais do país, que tinha o objetivo inicial de realizar 500 intervenções nos primeiros 100 dias de governação.

Leia Também: Alemanha financia estudo sobre hidrogénio verde em Moçambique

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas