"Depois de ter sido algemado durante toda a noite e espancado numa base militar, Hamdam Ballal está em liberdade e prestes a regressar a casa para junto da sua família", anunciou o co-realizador israelita do filme "No Other Land", Yuval Abraham, na rede social X.
A sua advogada, Lea Tsemel, afirmou hoje que o realizador e dois outros cidadãos palestinianos, gravemente feridos, passaram a noite no chão de uma base militar.
A esposa do realizador, Lamia Ballal, relatou que Ballal havia sido espancado em frente de sua casa por três homens fardados, enquanto outro filmava o ataque.
O filme "No Other Land", que ganhou este ano o Óscar de melhor documentário, relata a luta dos habitantes de Masafer Yatta para impedir os militares israelitas de demolirem as suas aldeias.
O filme tem dois correalizadores palestinianos, Ballal e Basel Adra, ambos residentes em Masafar Yatta, e dois realizadores israelitas, Yuval Abraham e Rachel Szor.
Os residentes palestinianos afirmaram que cerca de duas dúzias de colonos - alguns com máscaras, outros armados e outros em uniformes militares - atacaram a aldeia de Susiya, na Cisjordânia, na segunda-feira à noite, no momento em que interrompiam o jejum durante o mês sagrado muçulmano do Ramadão.
Ballal e outro cidadão palestiniano foram detidos pelas forças israelitas enquanto recebiam tratamento numa ambulância.
No entanto, segundo um comunicado das forças israelitas, "ao contrário das alegações, nenhum palestiniano foi detido dentro de uma ambulância".
O exército israelita afirmou que deteve três palestinianos suspeitos de atirarem pedras contra as forças israelitas e um civil israelita envolvido naquilo que descreveu como um "confronto violento".
"As forças de defesa de Israel e da polícia israelita chegaram para dispersar o confronto, e nesta altura, vários terroristas começaram a atirar pedras às forças de segurança. Em resposta, as forças prenderam três palestinianos suspeitos de atirar pedras contra as forças de defesa, bem como um civil israelita envolvido nesse violento confronto", afirmou o exército israelita num comunicado.
Segundo a mesma nota, os detidos foram posteriormente transportados para interrogatório pela polícia de Israel.
Os realizadores do filme negam as acusações de terem atirado pedras a um jovem colono.
A Cisjordânia é um território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.
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