As redes sociais estão cheias deles! Falamos de vídeos de culinária em que os seus protagonistas usam tudo menos... comida.
Há ovos feitos com Legos, abacates de balão e hamburgueres feitos em crochet. De facto, nada nestes vídeos é comestível, mas o seu sucesso ultrapassa barreiras.
Kiyana Phillips, 21 anos, é autora de um dos vídeos do género. Na sua conta de TikTok, com um pouco de magia de edição, cozinha receitas reais. Segundo a própria, estas são receitas dos seus restaurantes favoritos, da sua mãe ou sugestões de seguidores.
Já a artista Andrew Lukomski, de 32 anos, e natural da Varsóvia, Polónia diz que foca o seu trabalho na parte visual, para que se tornam mais atrativos. Para os seus vídeos recorre a Legos, com os quais imita os alimentos, em imagens que quase parecem (quase) reais.
“Muitos seguidores concentram-se mais na comida em si do que no lado artístico da animação. Analisam os ingredientes, os passos da cozedura e até as cores do prato”, afirma.
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Especialistas em comida e tendências dizem que o fenómeno da comida falsa, que está a ganhar muitos seguidores, não é nova, porém assume na sociedade de hoje em dia um propósito diferente: entreter e confortar em momentos que são de muito stress.
Julia Skinner, escritora de gastronomia, historiadora e fundadora da Culinary Curiosity School, diz ao Washington Post que os vídeos de comida falsa servem de aconchego num mundo de sobrecarga de informação.
“Estamos num momento em que encontrar alegria e prazer na nossa vida quotidiana parece um ato realmente radical. Há tanta coisa a chegar a tantos fãs a toda a hora que é preciso dizer: 'Não, vou sentar-me e ver este vídeo do Lego guacamole e vou divertir-me com isso'.
"Qualquer coisa que nos traga alegria é uma coisa realmente poderosa neste momento", defende.
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