O petroleiro Stena Immaculate continua a arder na manhã desta terça-feira, depois da colisão que envolveu também um cargueiro português, na segunda-feira.
Um dos tripulantes continua desaparecido, mas elementos da equipa de resgate garantem que é um milagre quase todos terem conseguido escapar em segurança. No acidente não terão estado envolvidos cidadãos portugueses - o Governo diz não ter, até ao momento, qualquer informação.
As preocupações prendem-se agora com o impacto do embate para o ambiente.
Embate acidental?
Um cargueiro português colidiu, esta segunda-feira, contra um petroleiro norte-americano no Mar do Norte, ao largo da cidade de Hull, no nordeste de Inglaterra.
O cargueiro, registado na Madeira, de nome Solong, dirigia-se para os Países Baixos. O porta-contentores, que segundo a Sky News seguia em piloto automático, embateu no petroleiro quando este estava ancorado ao largo do estuário de Humber.
Por o navio americano estar relacionado com as forças militares ponderou-se inicialmente se na origem do embate estaria algum conflito. Avaliações posteriores levam a crer que tudo não passou de um acidente.
Mais de 30 feridos, um desaparecido e, até ao momento, sem sinal de portugueses
A bordo dos dois navios estavam 37 tripulantes. Um membro da tripulação do cargueiro que colidiu com um petroleiro fretado pelo exército dos EUA no Mar do Norte foi dado como desaparecido, tendo à noite as buscas sido concluídas sem que fosse possível localizar o seu paradeiro.
"Depois de uma extensa busca pelo membro da tripulação desaparecido, infelizmente ele não foi encontrado e a busca terminou", afirmou o comandante da Guarda Costeira local, Matthew Atkinson.
O responsável confirmou também que 36 tripulantes, de ambos os navios, foram levados em segurança para terra e que houve uma outra pessoa que teve de ser transportada para o hospital. Um membro da equipa de resgate considerou, ao Metro britânico, ter sido um milagre praticamente todos terem sido salvos.
O Notícias ao Minuto contactou o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas para saber se entre os envolvidos no embate constam portugueses. Até ao momento, indicou José Cesário, não há informação de cidadãos lusos envolvidos no acidente.
Explosões e materiais perigosos a bordo
Entretanto, para lá da preocupação para com os tripulantes das duas embarcações, levantaram-se questões sobre aquilo que cada um dos navios transportavam.
O cargueiro português Solong transportava 15 contentores com cianeto de sódio, entre outras cargas. Este material, segundo a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA), é um composto sólido cristalino branco, com um ligeiro odor a amêndoa. Costuma ser utilizado para limpeza de metais e para fabricar outros produtos químicos.
Já a empresa sediada na Flórida, nos EUA, transportava combustível de aviação, que se destinava à Força Aérea norte-americana. Após o embate um incêndio deflagrou no petroleiro e várias explosões foram ouvidas.
Teme-se agora as consequências que o derrame destes materiais possa ter. Segundo a Sky News, o combustível de avião não será tão viscoso como os tipos de petróleo mais pesados, pelo que não representará um grande perigo para o pelo das aves e das focas. Também pode ser decomposto por bactérias naturais.
No entanto, pode envenenar peixes e matar animais e plantas na costa, se penetrar no solo, acrescenta-se.
A Guarda Costeira do Reino Unido diz que está a avaliar a "provável" resposta de combate à poluição que poderá ser necessária.
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