"Menos de dois dias antes da rotação, a AIEA propôs alterar a ordem de passagem da linha de confronto previamente acordada e aprovada em múltiplas ocasiões", justificou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, em comunicado.
A AIEA mantém uma equipa de inspetores internacionais na central nuclear ucraniana em questão, a maior deste tipo na Europa e sob controlo russo desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022.
Tanto Kiev como Moscovo autorizaram a presença de inspetores, mas a Ucrânia exige que estes cheguem às instalações através do território ucraniano, o que constitui uma travessia da linha de batalha entre os dois países.
De acordo com Zakharova, "a Rússia apresentou antecipadamente garantias de segurança aos especialistas da AIEA e às suas escoltas, com um esquema de rotação preciso", que a agência solicitou para alterar.
"Tendo em conta o facto de as condições propostas pela AIEA criarem riscos inaceitavelmente elevados tanto para os representantes da agência como para os militares russos que iriam garantir a sua segurança (...) informámos sobre a nossa disponibilidade para efetuar a rotação com base no esquema previamente acordado", acrescentou.
A mesma fonte referiu que a agência informou esta manhã as autoridades russas sobre o cancelamento da rotação, acrescentando que as medidas de segurança de Moscovo têm em conta as anteriores provocações da Ucrânia durante as rotações dos funcionários da AIEA.
"A Rússia vai continuar a trabalhar com a direção da AIEA para garantir uma estadia e um trabalho seguros para os representantes da agência na central nuclear de Zaporijia", afirmou.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, está em contacto com as duas partes e visitará na sexta-feira a capital russa para se encontrar com o presidente da agência nuclear russa, Alexei Likhachov.
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