Embaixador pede "respeito" por vontade dos palestinianos de viver em Gaza

Líderes mundiais devem respeitar o desejo dos palestinianos de permanecer em Gaza, defendeu na terça-feira o enviado da Palestina à ONU, após o Presidente norte-americano sugerir que os residentes do enclave sejam reinstalados em outro lugar "permanentemente".

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Lusa
05/02/2025 06:33 ‧ há 3 horas por Lusa

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Médio Oriente

"O nosso país e o nosso lar é a Faixa de Gaza. É parte da Palestina", afirmou Riyad Mansour em declarações à imprensa, acrescentando: "Acho que os líderes e o povo devem respeitar os desejos do povo palestiniano".

 

Mesmo com a destruição infligida no norte do enclave, "os palestinianos escolheram retornar para lá", observou, referindo-se às centenas de milhares de pessoas que fizeram a viagem a pé do sul para o norte após o início do cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, sugeriu na terça-feira que os palestinianos deslocados em Gaza sejam reinstalados "permanentemente" fora do território devastado pela guerra.

As declarações foram proferidas no início da reunião com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, onde se espera que os dois líderes discutam o cessar-fogo e o acordo de reféns entre Israel e o Hamas.

"Não acho que as pessoas devam regressar", disse Trump, citado pela agência Associated Press (AP). "Não se pode viver em Gaza neste momento. Acho que precisamos de outro local. Penso que deve ser um local que faça as pessoas felizes", acrescentou.

Estes comentários foram feitos enquanto o Presidente norte-americano e seus conselheiros principais argumentavam que um cronograma de três a cinco anos para a reconstrução do território devastado pela guerra, conforme estabelecido no acordo de trégua temporário, não é viável.

"Se olharmos para as décadas passadas, só há mortes em Gaza", acrescentou Trump. "Isto está a acontecer há anos. É tudo morte. Se conseguirmos uma área bonita para reinstalar as pessoas, permanentemente, em casas bonitas onde possam ser felizes e não sejam baleadas e não sejam mortas e não sejam esfaqueadas até à morte como está a acontecer em Gaza".

Questionado sobre quantos palestinianos deveriam ser realojados, Trump respondeu: "Todos eles. Provavelmente 1,7 milhões, talvez 1,8 milhões. Mas penso que todos. Seriam reinstalados num local onde possam ter uma vida bonita", disse citado pela EFE.

Trump descreveu ainda a Faixa de Gaza como um "local de demolição" e disse, que, depois de olhar "de todos os ângulos" para as fotografias do enclave, após a guerra com Israel, chegou à conclusão de que "aquele lugar é um inferno, é muito perigoso e ninguém pode viver lá".

Na sequência destas declarações, também o embaixador russo junto à ONU, Vasily Nebenzya, criticou a proposta de Trump, afirmando que esse cenário "seria uma verdadeira vergonha".

"Acho que isso está fora de questão. Os palestinianos não querem isso. A comunidade internacional não quer isso. E você não pode reassentar alguém à força em algum lugar. Os palestinianos sofreram tanta injustiça na sua existência que esta, além de todas as outras, seria uma verdadeira vergonha", afirmou o diplomata russo a jornalistas na sede da ONU, em Nova Iorque.

Leia Também: Trump diz que quer que EUA assumam controlo da Faixa de Gaza e a reconstruam

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