As declarações de Trump ocorreram durante a visita do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu a Washington, na terça-feira, e no momento em que foram retomadas as negociações sobre a continuação das tréguas no enclave.
Donald Trump disse ainda que poderia transformar a Faixa de Gaza na "Côte d'Azur do Médio Oriente".
"Temos uma oportunidade de fazer uma coisa que pode ser fenomenal", insistiu o Presidente norte-americano, afirmando que gostaria de supervisionar a reconstrução do enclave bombardeado, para o transformar na "Côte d'Azur do Médio Oriente".
A Côte d'Azur ou Riviera Francesa, junto ao Mediterrâneo, é conhecida pelos pontos turísticos entre Saint-Tropez e o principado do Mónaco.
"A posição racista americana está alinhada com a da extrema-direita israelita na deslocação do nosso povo e na eliminação da nossa causa", disse Abdel Latif al-Qanou, porta-voz Hamas reagindo às declarações do Presidente dos Estados Unidos.
Anteriormente, Sami Abu Zuhri, um alto dirigente do Hamas afirmava que o movimento não vai permitir a concretização dos planos anunciados pelo Presidente dos Estados Unidos, que defendeu a expulsão dos habitantes do enclave para que sejam reinstalados "em outros locais".
"Não acho que as pessoas devam regressar", disse Trump.
Questionado sobre quantos palestinianos deveriam ser realojados, Trump respondeu: "Todos eles. Provavelmente 1,7 milhões, talvez 1,8 milhões. Mas penso que todos. Seriam reinstalados num local onde possam ter uma vida bonita", disse o chefe de Estados norte-americano.
A guerra em Gaza prolongou-se durante 15 meses e começou após o ataque do Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023.
A resposta militar de grande envergadura de Israel fez 46 mil mortos, de acordo com o Hamas que administra o território.
A República Popular da China comunicou hoje que se opõe à retirada "forçada" dos cidadãos palestinianos da Faixa de Gaza, na sequência do anúncio do Presidente Donald Trump de uma tomada de posse do território pelos Estados Unidos.
"A China sempre apoiou o facto de a governação palestiniana sobre os palestinianos ser o princípio básico da administração de Gaza no pós-guerra, e opomo-nos à transferência forçada dos habitantes", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim, Lin Jian.
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