A organização não-governamental (ONG) israelita Yesh Din, que se opõe à ocupação da Cisjordânia e é hoje citada pelas agências internacionais, registou ataques contra civis palestinianos nas cidades de Sinyil, Ein Siniya, Turmusaya e Luban al Sharqiya.
"Esta noite [domingo], dezenas de colonos estão a atacar aldeias palestinianas em toda a Cisjordânia", denunciou a ONG através das redes sociais, divulgando dois vídeos que mostram veículos e propriedades em chamas.
O Exército israelita, que normalmente não intervém em ataques de colonos contra palestinianos, deteve dois indivíduos, supostamente colonos, por se envolverem em "tumultos violentos", noticiaram hoje os meios de comunicação social locais.
Nos grupos pró-ocupação israelita ativos em plataformas de mensagens, como é o caso do WhatsApp, têm circulado desde domingo informações sobre os 90 prisioneiros palestinianos libertados por Israel no âmbito do acordo de cessar-fogo com o grupo extremista Hamas.
As mensagens incluem fotografias de algumas das pessoas libertadas, incluindo mulheres e jovens, e informações sobre os respetivos locais de residência.
A Cisjordânia ocupada enfrenta a maior espiral de violência desde a segunda Intifada (2000-2005).
Desde o início do ano, pelo menos 20 palestinianos, cinco dos quais menores, foram mortos em confrontos com as forças israelitas e com colonos judeus na Cisjordânia.
Três israelitas também foram mortos em ataques palestinianos: duas mulheres de colonos e um polícia.
Em 2024, cerca de 500 palestinianos foram mortos na Cisjordânia, incluindo pelo menos 75 menores de idade.
A primeira fase do acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns acordado entre Israel e o Hamas entrou em vigor no domingo, após 15 meses de conflito na Faixa de Gaza.
O primeiro dia das tréguas foi marcado pela libertação de três reféns israelitas e de 90 prisioneiros palestinianos.
Na primeira fase do acordo, Israel e o Hamas concordaram com um cessar-fogo de seis semanas, durante o qual 33 reféns israelitas serão gradualmente trocados por mais de 1.900 prisioneiros palestinianos.
Durante as seis semanas, serão igualmente realizadas negociações para uma segunda fase da trégua, que permitirá a libertação de todos os reféns israelitas em Gaza e lançará as bases para o fim da guerra.
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