Num comunicado divulgado pelas 22:00 (hora de Lisboa), o gabinete do primeiro-ministro frisou que apenas será divulgada uma declaração oficial de Benjamin Netanyahu "depois de finalizados os detalhes finais, que estão atualmente a ser resolvidos".
A declaração de Netanyahu surgiu horas depois de os Estados Unidos e o Qatar terem anunciado o acordo, que pretende interromper a devastadora guerra de 15 meses em Gaza e abrir caminho para que dezenas de reféns regressassem a casa.
Uma autoridade israelita familiarizada com as negociações, que falou à agência Associated Press (AP) sob anonimato, referiu que estes detalhes se centram na confirmação da lista de prisioneiros palestinianos que serão libertados.
Qualquer acordo deve ser aprovado pelo gabinete de Netanyahu, que agradeceu a Trump e Biden por "avançar" no acordo de cessar-fogo, mas não disse explicitamente se o aceitou.
A reação comedida do líder do executivo israelita pode refletir política interna. A coligação governamental de Netanyahu depende do apoio de duas fações da 'linha dura' cujos líderes ameaçaram abandonar o governo devido à libertação planeada de prisioneiros palestinianos.
Embora os líderes da oposição tenham prometido apoiar o acordo de cessar-fogo, a perda dos seus aliados da 'linha dura' pode levar ao colapso da coligação e desencadear eleições antecipadas.
O Presidente israelita Isaac Herzog pediu, por sua vez, ao governo de Netanyahu que aprovasse o cessar-fogo, num discurso televisivo.
Já o Hamas afirmou, em comunicado, que o cessar-fogo foi "o resultado da lendária resiliência do nosso grande povo palestiniano e da nossa valente resistência na Faixa de Gaza".
O primeiro-ministro do Qatar confirmou o acordo, após 15 meses de conflito, avançando que a trégua deverá entrar em vigor no domingo.
O anúncio de Mohammed bin Abdulrahman Al Thani ocorreu em Doha, capital do Qatar, país mediador e que tem acolhido as negociações minuciosas indiretas que decorrem há várias semanas.
Mohammed bin Abdulrahman Al Thani referiu que o acordo alcançado abre o caminho para dezenas de reféns israelitas regressarem a casa, confirmando a libertação de 33 reféns israelitas durante a primeira fase da trégua na Faixa de Gaza.
O governante especificou que a primeira fase da trégua tem uma duração prevista de 42 dias.
O acordo também permitirá a entrada da ajuda humanitária no território.
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