"O povo do Iémen continua a enfrentar uma grave crise humanitária e de proteção civil", disse a subsecretária-geral interina da ONU para os Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em Inglês), Joyce Msuya, ao Conselho de Segurança.
Observou ainda que, segundo as estimativas do apelo humanitário de 2025, que será publicado "em breve", "a crise está a agravar-se".
"Pelo menos 19,5 milhões de pessoas no Iémen vão precisar de assistência humanitária e proteção este ano, mais 1,3 milhões do que em 2024", salientou.
A responsável da ONU acrescentou que "quase metade" da população do país, ou seja, mais de 17 milhões de pessoas, "não consegue satisfazer as suas necessidades alimentares básicas", manifestando preocupação pelos "mais marginalizados", como as mulheres e as raparigas ou os 4,8 milhões de deslocados.
Entre os que correm maior risco, "quase metade das crianças com menos de cinco anos sofrem de atraso grave de crescimento devido à subnutrição", insistiu.
O nível "terrível" do surto de cólera também aumentou a carga sobre um sistema de saúde já "severamente sobrecarregado".
O enviado especial da ONU para o Iémen, Hans Grundberg, regressado da capital Sanaa, controlada pelos rebeldes Huthi, enfatizou a "necessidade imediata de redução da tensão e de um compromisso genuíno com a paz".
"A necessidade de abordar a crise no Iémen é ainda mais urgente, porque a estabilidade regional exige, em parte, alcançar a paz no Iémen", referiu.
Os Huthis estão envolvidos numa guerra civil com o Governo internacionalmente reconhecido do Iémen, apoiado por uma coligação liderada pela Arábia Saudita, desde 2014, quando assumiram o controlo da capital, Sanaa, e da maior parte do norte do país.
A guerra no Iémen já matou mais de 150.000 pessoas, entre combatentes e civis, e criou uma das piores catástrofes humanitárias do mundo.
Leia Também: Hutis reivindicam novo ataque contra porta-aviões dos EUA no Mar Vermelho