"Discutimos questões em torno do levantamento das sanções e das questões nucleares necessárias para chegar a um acordo. Concordámos que as negociações devem ser retomadas e que, para se chegar a um acordo, deve ser criada uma atmosfera adequada", frisou, através da rede social X, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Kazem Gharibadi.
As conversações foram "sérias, francas e construtivas", acrescentou o vice-ministro.
O conteúdo das negociações foi mantido discreto do lado europeu, embora se tenha insistido que não se trata de negociações fundamentais, mas de contactos de rotina não só sobre o programa nuclear de Teerão, mas também sobre o envolvimento iraniano em conflitos como o da Ucrânia.
Os países ocidentais acusaram o Irão de fornecer drones e mísseis balísticos à Rússia para utilização na guerra na Ucrânia e impuseram sanções a Teerão.
O Irão, a Rússia, os Estados Unidos, o Reino Unido, a China, a França e a Alemanha assinaram um pacto nuclear em 2015, cujo cumprimento permitiu o levantamento das sanções económicas e financeiras impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
O acordo determinava restrições ao programa iraniano em troca de ajuda e levantamento de sanções económicas, mas, em 2018, os Estados Unidos - sob administração de Donald Trump - decidiram retirar-se unilateralmente do acordo e restabelecer as sanções.
Apesar dos vários apelos para que Washington voltasse ao pacto, os Estados Unidos não mudaram de posição, o que acabou por levar Teerão a abandonar parte dos seus compromissos e aumentar as suas reservas de matérias enriquecidas, aproximando-se do patamar para a produção de uma arma atómica, segundo os parâmetros da Agência Internacional de Energia Atómica.
Em dezembro, os países do E3 - França, Reino Unido e Alemanha - evocaram, em carta dirigida ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, a possibilidade de reimpor sanções ao Irão, para o impedir de desenvolver o seu programa nuclear.
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