Não há lugar para grupos "terroristas" na Síria, afirma Erdogan

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, insistiu hoje que não há lugar para "organizações terroristas" na Síria, atualmente governada por islamitas, num aviso dirigido às forças curdas do país vizinho da Turquia.

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© REUTERS/Bernadett Szabo

Lusa
07/01/2025 20:42 ‧ há 21 horas por Lusa

Mundo

Recep Tayyip Erdogan

Não há lugar para "organizações terroristas ou elementos nelas afiliados no futuro da nova Síria", declarou Erdogan durante uma reunião em Ancara com o primeiro-ministro da região curda do Iraque, Masrur Barzani, segundo um comunicado do gabinete do chefe de Estado turco.

 

Erdogan disse a Barzani que a Turquia está a esforçar-se por impedir que a queda do Presidente sírio, Bashar al-Assad, provoque mais instabilidade na região.

Ancara acusa uma das principais forças curdas na Síria, as Unidades de Proteção do Povo (YPG), de terem ligações com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), ilegalizado na Turquia.

O PKK trava desde os anos 1980 uma luta armada contra o Governo turco, que o classifica, assim como os seus aliados ocidentais, como movimento terrorista.

Espinha dorsal das Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos Estados Unidos, as YPG lideraram a luta contra os 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico (EI).

Num discurso hoje à noite transmitido pela televisão, Erdogan voltou a avisar que "não há lugar para qualquer forma de terrorismo" na Turquia e além dela.

"Começámos a colher os benefícios da nossa estratégia de eliminação do terrorismo na sua origem, que temos vindo a seguir há algum tempo, tanto a nível nacional como internacional", afirmou ainda.

"Estamos agora a prossegui-la (esta estratégia) com novas ferramentas e novos métodos", acrescentou o Presidente turco, sem fornecer quaisquer pormenores.

Hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, ameaçou lançar uma operação militar contra as forças curdas da Síria se estas não aceitarem as condições de Ancara para uma transição "sem derramamento de sangue" após a queda do regime de Assad.

"Faremos o que for necessário", se as Unidades de Proteção Popular (YPG) não cumprirem as exigências de Ancara, declarou Hakan Fidan, numa entrevista ao canal de televisão privado CNNTurk.

Instado a explicar a que se referia, Fidan respondeu: "Operação militar".

Na segunda-feira, Erdogan já tinha advertido contra qualquer divisão da Síria e afirmado estar pronto, em caso de "risco", para tomar "as medidas necessárias".

E pouco antes, o seu chefe da diplomacia assegurara que "a eliminação" dos combatentes curdos do PKK na Síria era uma "questão de tempo".

Tinha também referido "a possibilidade de o PKK e as YPG se juntarem ao novo Governo [sírio] depondo as armas".

Mais de 100 combatentes foram mortos no passado fim de semana em confrontos no norte da Síria entre fações armadas apoiadas pela Turquia e forças curdas sírias, segundo a organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O Exército turco realiza regularmente ataques aos combatentes curdos na Síria e no Iraque, acusando-os de terem ligações com o PKK.

A Síria e a Turquia partilham mais de 900 quilómetros de fronteira.

Leia Também: Erdogan adverte contra a divisão da Síria e diz estar pronto a intervir

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