Assinala-se, esta terça-feira, o 10.º aniversário do ataque terrorista ao jornal satírico francês Charlie Hebdo. Foi a 7 de janeiro que dois terroristas, os irmãos Chérif e Said Kouachi, entraram a disparar na redação da publicação, no centro de Paris, e mataram 12 pessoas.
A publicação já estava sob proteção e tinha sido alvo de constantes ameaças por ter publicado algumas caricaturas controversas do profeta Maomé, desde 2006.
Entre as 12 vítimas estavam oito membros da redação do jornal: os designers Cabu, Charb, Honoré, Tignous e Wolinski, a psicanalista Elsa Cayat, o economista Bernard Maris e o revisor Mustapha Ourrad.
Para assinalar a data, o jornal publicou uma edição com cerca de 40 caricaturas sobre religiões. "Será um número duplo de 32 páginas", dos quais serão impressos 300 mil exemplares e que estará à venda durante duas semanas, explicou o editor-chefe, Gérard Biard, acrescentando que incluirá uma sondagem em França sobre o direito à caricatura, à blasfémia e à liberdade de expressão.
O ataque gerou uma reação em todo o mundo e no fim de semana seguinte levou milhões de pessoas às ruas, sobretudo em Paris, onde compareceram chefes de Estado e de Governo de dezenas de países.
Para esta terça-feira, está prevista uma homenagem oficial da Câmara Municipal de Paris, na qual estará presente o presidente francês, Emmanuel Macron.
Haverá também uma homenagem às quatro vítimas mortais de um ataque a um supermercado judeu em Paris ocorrido dois dias depois do ataque ao Charlie Hebdo.
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