Um dos 50 homens acusados de ter feito parte do esquema de violação contra Gisele Pélicot, em França, defendeu-se em tribunal usando duma justificação que está a causar muito incómodo.
Trata-se do suspeito Christian L., um bombeiro voluntário que está entre os arguidos que alegam que não podem ser considerados culpados porque não estavam cientes de que a mulher estava drogada contra sua vontade.
"O meu corpo estava a violá-la, mas o meu cérebro não", alegou o suspeito, naquela que é apernas uma das muitas alegações controversas que os suspeitos estão a usar para se demarcar do crime de violação. Alguma imprensa local descreve a esta defesa como "doentia".
Recorde-se que a mulher foi violada por dezenas de homens, sob o consentimento do seu marido, que era quem contactava estes homens através da internet, convidando-os a violarem a sua mulher - que durante todo o processo estava inconsciente.
Na senda das justificações que têm sido apresentadas, o Ministério Público francês defendeu que não existe "violação involuntária" neste caso, esperando que o veredito traga uma mensagem de esperança às vítimas de crimes sexuais.
Após meses de testemunhos e provas apresentadas em tribunal, os homens deverão ser condenados na próxima semana e, se forem considerados culpados, enfrentam coletivamente uma pena de mais de 600 anos de prisão.
Leia Também: Estava "perdida" e com "vergonha": Advogado recorda início com Pelicot