Ameaças de tarifas dos EUA sobre vinho "criam instabilidade"

O ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, considerou hoje que "cria instabilidade" a ameaça do Presidente dos EUA, Donald Trump, de aplicar tarifas de 200% a bebidas como o vinho provenientes da União Europeia.

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© Thierry Monasse/Getty Images

Lusa
13/03/2025 20:11 ‧ há 8 horas por Lusa

Economia

ministro da Agricultura

"Isto cria instabilidade, mas também há uma outra coisa que isso demonstra, é que devemos avançar para o acordo Mercosul, que significará aqui 740 milhões de pessoas [ou seja], o alargamento do mercado", disse o governante.

 

Em declarações aos jornalistas, à margem do encerramento de um seminário na Universidade de Évora, o ministro da Agricultura foi questionado sobre os possíveis impactos em Portugal, país produtor de vinho, da concretização da ameaça de Donald Trump.

O Presidente dos Estados Unidos da América ameaçou com taxas de 200% sobre champanhe e vinho e outras bebidas destiladas da União Europeia (UE) para contrabalançar as taxas comunitárias face ao whisky americano.

Sublinhando que este tipo de afirmações "gera sempre instabilidade", José Manuel Fernandes também argumentou que "o Presidente dos Estados Unidos disse hoje essas tarifas, amanhã pode dizer outras tarifas diferentes, depois voltar a alterar".

"Essas tarifas estão a ser aplicadas à União Europeia, mas não pensemos que as tarifas aplicadas a outros fora da União Europeia depois também não nos afetam, porque também afetam, no fundo estamos todos ligados", referiu.

Mas Portugal está "a atuar de forma a minimizar essa instabilidade que é criada e até a própria situação geopolítica", assegurou.

"Por isso, a nossa grande aposta na agricultura, para nós diminuirmos o nosso défice agroalimentar, para nós procurarmos outros mercados", justificou o ministro, dando como exemplo o protocolo assinado com o Brasil que "é muito positivo para o vinho".

Em resposta à agência Lusa, Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, a associação interprofissional do vinho, também já defendeu hoje que, se as tarifas dos EUA sobre os vinhos avançarem, as exportações de Portugal vão ser "fortemente penalizadas" e pediu a Bruxelas que desenvolva esforços para que o setor não seja prejudicado.

Segundo os dados da ViniPortugal, o mercado dos EUA representa cerca de 102 milhões de euros em exportações, sendo o segundo destino das exportações portuguesas de vinho.

Os EUA são o país onde a ViniPortugal mais investe, tendo em conta o potencial de crescimento do mercado.

Em declarações à Lusa, também diversos produtores de vinhos mostraram-se hoje apreensivos com o impacto das tarifas anunciadas pelos EUA, um dos principais mercados para Portugal, e afirmaram esperar que Bruxelas atue, ao mesmo tempo que se mostraram fartos das ameaças de Donald Trump.

Leia Também: Ministro da Agricultura rejeita atrasos nos investimentos no setor

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