Segundo a análise da consultora, até ao final de novembro, o valor das operações de fusão e aquisição (M&A) com um alvo português foi de cerca de 1,91 milhões de euros, uma descida de 46% face ao mesmo período de 2023, tendo sido registadas 90 operações, menos 28% do que no mesmo período de 2023.
Já o valor operações que partiram de empresas portuguesas com alvo em empresas de outras geografias situou-se perto dos 950 milhões de euros, uma descida de 50% face aos primeiros 11 meses de 2023.
"Os setores com maior preponderância nos negócios inbound [de entrada] - manufatura e serviços avançados - e outbound [de saída] -- energia e recursos naturais, recuaram ambos perto de 50%", apontou, em comunicado, Álvaro Pires, da Bain & Company.
Duas das maiores operações nos primeiros onze meses do ano foram a First Sentier Investors/Auto Estradas do Douro Litoral, acima dos 400 milhões de euros, no terceiro trimestre, e a Amadeus IT Group/Vision-Box por cerca de 320 milhões de euros, no primeiro trimestre.
A nível global, o estudo estima que o mercado de fusões e aquisições atinja os 3,5 biliões de dólares (3,3 biliões de euros) até ao fim do ano, o que representa um aumento de 15% face a 2023 e um valor em linha com os níveis do meio da década de 2010.
A pesquisa da Bain a nível global, com mais de 300 executivos de M&A, dá nota de que o principal obstáculo a esta atividade "continua a ser a diferença nas expectativas de avaliação entre compradores e vendedores".
"Em resposta às taxas de juro persistentemente altas, os compradores estratégicos foram mais seletivos nas suas transações, exigiram uma criação de valor mais concreta, estiveram menos dispostos a pagar pelo crescimento das receitas a longo prazo, e ajustaram-se à nova equação de valor de fusões e aquisições, procurando sinergias de receitas e custos em conjunto", concluiu a análise.
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