A concretizar-se, será a quarta descida das taxas de juro do BCE desde junho, após um período de forte aperto monetário entre 2022 e 2023 para conter a inflação.
O governador do Banco de França, François Villeroy de Galhau, disse recentemente que "estão reunidas as condições" para uma nova redução das taxas, mas acrescentou que a dimensão da descida continua a ser uma questão "em aberto", dependendo dos dados apresentados e da avaliação dos riscos.
Um corte das taxas em 25 pontos surge como a hipótese mais provável, refletindo uma "abordagem mais prudente" e "um compromisso" entre os que defendem no BCE uma política monetária mais suave (as pombas) e os que são favoráveis a uma posição mais estrita (os falcões), considera Carsten Brzeski, da financeira ING, citado pela AFP.
"Esperamos que o BCE se mantenha cauteloso e avance com mais um corte de 25 pontos base nas taxas. No entanto, é provável que haja um debate aceso entre os falcões e as pombas no Conselho e a Presidente [Christine] Lagarde poderá confessar que houve discussões sobre a possibilidade de um corte jumbo de 50 pontos", refere uma nota de analistas da Ebury enviada à Lusa.
A reunião de hoje do BCE ocorre numa altura em que a turbulência política afeta as principais economias da zona euro, Alemanha e França.
A Alemanha poderá enfrentar eleições antecipadas em fevereiro, após o colapso da coligação liderada pelo chanceler social-democrata, Olaf Scholz.
Em França, o Governo liderado por Michel Barnier caiu na semana passada, quando foi aprovada no Parlamento uma moção de censura.
Por outro lado, o regresso de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, com as suas ameaças de novas taxas alfandegárias também suscita preocupação.
O contexto de incerteza poderá refletir-se nas novas previsões de crescimento e de inflação que serão divulgadas pelo BCE.
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