"Rejeitamos categoricamente qualquer alegação de censura", afirmou Paula Pinho, porta-voz da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em conferência de imprensa, em Bruxelas, capital da Bélgica e onde estão sediadas a maioria das instituições europeias.
Na terça-feira, Mark Zuckerberg alegou que a legislação da União Europeia "institucionaliza a censura" no bloco comunitário e "continua a dificultar a construção de algo inovador" nos países do bloco político-económico do qual Portugal faz parte.
As declarações do presidente do Conselho de Administração da Meta, grupo que detém as redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp, são eco de acusações feitas por Elon Musk, detentor do X (antigo Twitter) e do fabricante de automóveis Tesla e de vários grupos de extrema-direita.
A Comissão Europeia também rejeitou comentar a decisão de a Meta deixar de fazer verificação de factos nos Estados Unidos da América, uma decisão que está a ser encarada como uma aproximação à extrema-direita e às ideias preconizadas pelo Presidente eleito, Donald Trump, e os coletivos que apoiam o republicano que regressará à Casa Branca em 20 de janeiro.
O executivo comunitário disse que a legislação para os serviços digitais europeia só se aplica dentro da União Europeia e que, apesar da decisão em território norte-americano, dentro dos 27 países do bloco comunitário a Meta e as redes sociais que operam na União Europeia, terão de cumprir com as obrigações legais.
A decisão do grupo liderado por Mark Zuckerberg está a ser interpretada como uma aproximação à extrema-direita, já que vários partidos europeus de extrema-direita utilizam a desinformação para propagar narrativas, por exemplo, contra a imigração, contra grupos populacionais minoritários e contra a diversidade religiosa.
O mesmo tipo de narrativa é utilizada por Donald Trump e pelos seus apoiantes.
Na terça-feira, a Meta anunciou que vai acabar com o seu programa de verificação de factos nos Estados Unidos da América, dando um passo atrás no combate à desinformação.
"Vamos acabar com os verificadores de factos e substituí-los por classificações comunitárias, semelhantes àquelas do X [antigo Twitter], começando pelos Estados Unidos", declarou Mark Zuckerberg.
[Notícia atualizada às 12h59]
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