O porta-voz do Livre, Rui Tavares, não concorda plenamente com a medida da AD para impedir que os alunos, até aos 12 anos, deixem de poder usar os telemóveis nas aulas e na escola, mas admite que o tema poderá exigir a criação de uma moratória.
"O Livre é por uma regulação feita nas escolas em diálogo com os professores, pais e alunos e em que há definições diferentes conforme a idade dos alunos. Isto são coisas que são diferentes aos 6, 10 ou 16 anos. Do ponto de vista pessoal, pode ser necessário termos uma moratória", explicou Rui Tavares, em declarações aos jornalistas, esta quarta-feira, após ter estado reunido com sindicalistas da Fenprof em Lisboa.
O deputado acredita num "futuro Ministério da Educação" que possa avançar com "políticas que voltem a trazer o gosto por ser professor, para Portugal não perder caminho nem território".
Livre propõe apoio à habitação para professores e painéis solares nas escolas
Rui Tavares defendeu que o Estado deve apoiar os professores no acesso à habitação, principalmente em regiões turísticas, e propôs a instalação de painéis fotovoltaicos em escolas, cuja energia poderia ser utilizada também pela comunidade envolvente.
"É em reuniões com os sindicais que nós muitas vezes ouvimos histórias de professores em regime de substituição, que poderiam ir terminar um determinado ano letivo porque uma professora engravidou e poderiam estar ali dois, três meses numa região, que se for turística, por exemplo, a partir de abril, maio, é impossível arranjar casa. As casas são muito caras", alertou Rui Tavares.
O porta-voz do Livre salientou que o Ministério da Educação "tem infraestruturas" e "deve também, no diálogo com as restantes partes do governo, encontrar casas de função, apartamentos de função, para professores que consigam ter alojamento sem ter que dar para isso mais do que o salário que ganham".
O deputado considerou que esta é uma medida essencial não apenas para docentes mas também para profissionais como médicos ou polícias.
Para o partido é também importante que as escolas sejam "espaços de democracia", lamentando que nos últimos anos tenha existido "uma tendência demasiado acentuada para concentrar os poderes na figura do diretor".
Tavares destacou ainda uma das novidades do programa eleitoral do Livre que é a criação de um programa de "Escolas Solares Vivas", equipando edifícios escolares com painéis fotovoltaicos e promovendo comunidades de energia que tornem as escolas espaços energéticos positivos, capazes de partilhar excedentes com projetos do bairro.
O porta-voz do Livre salientou que a instalação de painéis solares pode ser "um bom pretexto" para a renovação dos edifícios de várias escolas, tecendo também laços entre "a comunidade e a escola e o bairro à sua volta, a vila à sua volta, a cidade à sua volta".
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas a 18 de maio, marcadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa a 13 de março, dois dias depois de o Parlamento chumbar uma moção de confiança ao Governo e que ditou a demissão do Governo PSD/CDS.
[Notícia atualizada às 17h40]
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