Em declarações aos jornalistas na sede nacional do PS, em Lisboa, após uma sessão sobre ambiente e clima, no âmbito de um processo de elaboração do programa eleitoral do partido para as legislativas de maio, Duarte Cordeiro foi questionado se admite ser candidato às eleições legislativas de 18 de maio.
"Já tive a oportunidade várias vezes de responder a essa pergunta: estou concentrado na minha profissional", respondeu.
Interrogado se admite vir a ser ministro, Duarte Cordeiro disse este não ser "nem o momento nem o local para se discutir essas dimensões".
Nestas declarações aos jornalistas, o ex-ministro do Ambiente e dos Assuntos Parlamentares foi ainda questionado sobre o facto de Fernando Medina ter afirmado que não irá integrar as listas de candidatos a deputados do PS.
"É uma decisão pessoal. Do que eu sei não era por falta de disponibilidade do PS que ele não estaria nas listas e penso que é uma decisão que se deve respeitar", respondeu Duarte Cordeiro, que foi vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa quando Fernando Medina era presidente.
Recordando que ele próprio, nas legislativas de 2024, tinha recusado integrar as listas de candidatos a deputados, porque o seu nome estava envolvido no âmbito da Operação Influencer, Duarte Cordeiro disse ver "com naturalidade" a decisão do também ex-ministro das Finanças.
"Penso que o Fernando Medina vai, daquilo que eu sei, conheço e tenho a oportunidade de ir falando com ele, na mesma contribuir para a campanha eleitoral, para podermos ganhar as próximas eleições legislativas", respondeu.
Num balanço da reunião que se realizou esta tarde no Largo do Rato, e que contou com a participação do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, Duarte Cordeiro garantiu que o partido está comprometido com a meta de atingir a neutralidade carbónica até 2045 e em proteger 30% do território terrestre e marítimo até 2030.
Depois de elencar vários princípios que considerou deverem nortear as políticas públicas em termos de ambiente -- designadamente garantir que os jovens e a população são envolvidos nas decisões e conciliar o crescimento económico com a proteção do clima --, Duarte Cordeiro deixou críticas ao atual Governo no que se refere à aposta nas energias renováveis.
"A energia renovável tem sido dos principais motores da economia do nosso país nos últimos anos. Mas sente-se alguma inação, alguma falta de diálogo por parte do Governo e algum arrefecimento neste setor e alguns investidores a saírem de Portugal", lamentou.
Outra crítica implica deixada por Duarte Cordeiro relacionou-se com os incentivos fiscais para a eficiência energética dos edifícios, defendendo que o fim do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não deve ser um motivo para acabar com políticas públicas sobre esta matéria.
"Descontinuar políticas que tiveram sucesso, com enorme impacto nas famílias, depois do PRR é um erro", avisou.
À semelhança do que tinha feito Pedro Nuno Santos no início desta sessão, Duarte Cordeiro também defendeu que as políticas públicas em termos de combate às alterações climáticas devem ser "alvo de esforços de consensos institucionais e partidários".
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