A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, considera que o líder do PSD recusou debater com os partidos mais pequenos por "haver um desgaste da imagem de Luís Montenegro", mas acusa-o de estar a "fugir das responsabilidades".
"Lida mal com a pluralidade democrática. É importante que estas diferentes visões sejam confrontadas com a agenda política do primeiro-ministro, porque continuamos a ter uma agenda fortemente marcada por recuos, absolutamente conservadora e que não dá resposta", defendeu Inês Sousa Real, em entrevista à SIC Notícias.
Questionada sobre se o partido não teme perder a representatividade parlamentar, à semelhança do que aconteceu na Madeira, Inês Sousa Real respondeu: "Não tememos". Acredita, inclusivamente, que os portugueses continuam a rever-se nas causas "bastante humanitárias" do PAN.
"É evidente que temos a responsabilidade – e eu em particular, enquanto porta-voz e deputada única, – de garantir que continuamos a dar voz a este tipo de valores. Tenho consciência de que o Parlamento ficaria muito mais pobre sem um partido como o nosso, a representar estas causas", afirmou a porta-voz do PAN.
O principal objetivo nas próximas eleições Legislativas é "recuperar um grupo parlamentar", como conseguiu em 2019, mas admite que os "ciclos governativos muito curtos" não dão "estabilidade a partidos como o PAN".
"Devíamos estar a debater os problemas da vida dos portugueses, mas tendo em conta a instabilidade que o país vive, é importante que estas eleições permitam dar a conhecer as diferentes agendas que os partidos têm, como é o caso do PAN. Foi pela mão do PAN que as vítimas de violência doméstica tiveram acesso à Porta 65 para a habitação. Neste momento, a nossa grande preocupação é termos mais força no próximo mandato", acrescentou.
A porta-voz do PAN atribuiu, na semana passada, a perda de representação no parlamento regional da Madeira à instabilidade política e ao voto útil, e disse acreditar que o partido vai manter a presença na Assembleia da República.
O PAN - Pessoas-Animais-Natureza perdeu única representação na Assembleia Legislativa da Madeira ao não ter conseguido eleger deputados nas eleições Legislativas antecipadas.
No último domingo ocorreram as terceiras Legislativas realizadas na Madeira em cerca de um ano e meio, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) - e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
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