Estas acusações foram feitas por Pedro Nuno Santos no debate quinzenal com o primeiro-ministro, tendo a questão dos apoios aos jovens licenciados sido levantada pelo líder socialista numa altura em que Luís Montenegro já não dispunha de tempo para responder.
"O que vai fazer para resolver o problema que temos linha ferroviária entre Setúbal e Lisboa, e é verdade que o Governo pediu comboios à CP para ceder a Fertagus?", questionou o secretário-geral do PS.
Na resposta, o primeiro-ministro assumiu que Portugal precisa de mais composições e de maior operacionalidade, designadamente nessa linha em concreto.
"Para isso, é preciso fazer os investimentos que não foram feitos até aqui. E é preciso ir procurar dentro das possibilidades onde há material circulante disponível", justificou o primeiro-ministro, já depois de ter feito uma alusão ao facto de Pedro Nuno Santos, enquanto ministro socialista, ter tutelado este setor.
Em relação à linha ferroviária de Setúbal, o primeiro-ministro frisou que o proprietário "é o Estado" e, como tal, "se houver alguma composição na posse da CP que possa ser direcionada para esta linha, tanto melhor".
"Se não houver, temos que aguardar a possibilidade de ir ao mercado comprar", alegou.
Pedro Nuno Santos reagiu a esta posição do primeiro-ministro, dizendo que o Governo "tomou uma decisão sem ter acautelado se tinha ou não material circulante disponível -- e não é assim que se governa".
Já com Luís Montenegro sem tempo para responder, o líder socialista afirmou que, no anterior regime de IRS jovem, "cumulativamente os jovens licenciados ou com mestrado tinham uma devolução das propinas que era de 700 euros por três anos, mais 1500 euros de mestrado em dois.
"Ou seja, cerca de cinco mil euros que eram devolvidos aos jovens licenciados e com mestrado que tinham decidido ficar a trabalhar em Portugal", apontou.
A seguir, Pedro Nuno Santos acusou o Governo de ter retirado esse apoio para os jovens, "sem nunca ter dito nada antes e sem nunca ter havido debate sobre o assunto".
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