IL acusa Governo de "submissão a regimes" da Venezuela e Moçambique

O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, considera que o Governo tem apresentado uma postura "incompreensível de submissão a regimes totalitários" e pede coragem à diplomacia portuguesa para agir nos casos da Venezuela e Moçambique.

Notícia

© Lusa

Lusa
10/01/2025 20:31 ‧ há 3 horas por Lusa

Política

Iniciativa Liberal

Numa manifestação convocada hoje na Praça dos Restauradores em Lisboa pela Venexos, uma associação de apoio aos venezuelanos e à mudança na Venezuela, Rui Rocha criticou o que considera ser uma posição medrosa por parte do Governo português e recomendou que sejam criadas as condições necessárias para que Nicolas Maduro "seja julgado no Tribunal Penal Internacional" (TPI).

 

O líder da IL pediu ao Governo "coragem, no caso da Venezuela, capacidade de liderar um movimento internacional de reconhecimento de Edmundo González Urrutia como legítimo Presidente, como muitos outros países o fizeram".

Quanto a Moçambique recomendou também coragem, mas de "sentido contrário, a coragem de não reconhecer resultados manifestamente fraudulentos".

A Iniciativa Liberal apresentou esta manhã um projeto de resolução em que insta o Governo a "colaborar ativamente com o TPI, contribuindo para o avanço das investigações e promovendo a responsabilização de Nicolás Maduro e de outros envolvidos nos crimes documentados".

 "Fazemos o que está ao nosso alcance", disse o líder da IL, reconhecendo que "não é nada comparado com aquilo que Maria Corina Machado, de Edmundo Gonzáles Urrutia e do povo venezuelano que está no local a lutar pela liberdade".

"As comunidades portuguesas residentes nesses países, tal como toda a outra população, o que quer é liberdade, o que quer é democracia, o que quer é ter uma vida em paz nos países que escolheram para viver. Não precisa da hipocrisia, da diplomacia portuguesa", apontou ainda Rui Rocha

Não é a primeira vez que o líder dos liberais discursou à margem de uma manifestação da Venexos, tendo estado presente numa concentração em 10 de agosto do ano passado, numa altura em que já pedia mais firmeza e veemência por parte do Governo.

Hoje, na capital venezuelana, Nicolás Maduro assumiu o seu terceiro mandato consecutivo de seis anos numa cerimónia de tomada de posse no Palácio Legislativo Federal, a sede da Assembleia Nacional da Venezuela (parlamento), num contexto marcado pela contestação da oposição, que afirma ter ocorrido fraude nas eleições presidenciais de julho e cujos resultados a União Europeia (UE) também não reconhece.

Diversas manifestações de apoiantes de Maduro foram convocadas para hoje em todo o país, com a líder da oposição, María Corina Machado, a apelar igualmente à mobilização do povo venezuelano para contestar nas ruas o regime de Caracas.  

Em 28 de julho de 2024, a Venezuela realizou eleições presidenciais, cuja vitória foi atribuída pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a Nicolás Maduro com pouco mais de 51% dos votos, resultado contestado pela oposição que afirma que Edmundo González Urrutia, que entretanto pediu asilo político em Espanha, obteve cerca de 70% dos votos.

Tanto a oposição venezuelana como vários países da comunidade internacional denunciaram o escrutínio como fraudulento e exigiram a apresentação dos registos de votação para que pudessem ser verificados de forma independente.

Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.

Leia Também: Putin felicita aliado Nicolás Maduro pela sua posse presidencial

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas